Lilith é um filme brasileiro, dirigido, escrito por Bruno Safadi, o roteiro também foi escrito por Vera Egito, Fábio Andrade, está sendo distribuído pela Pandora Filmes, produzido pela TB Produções, além de ter sido coproduzido pela Globo Filmes.
A história fala sobre a Lilith (Isabél Zuaa) do título que, segundo a mitologia, foi a primeira mulher a pisar na Terra, antes mesmo da Eva (Nash Laila), sendo criada por Deus para ser a primeira mulher de Adão (Renato Góes). Porém, não aceita ser inferior em relação ao homem, ela se rebela, se volta contra o sistema e vai para o deserto.
Lilith então, se torna uma versão alternativa de Eva, come o fruto proibido, vinga-se de Adão, de Deus e não demora par se tornar a primeira mulher a se rebelar contra o patriarcado que existe desde sempre.
A proposta é interessante e engenhosa: apresentar uma história popularmente conhecida, mas com um outro ponto de vista, mas com diversas alegorias com o olhar de hoje, afinal, se o patriarcado existe desde que o mundo é mundo, por que não questionar a origem disso? E sem levantar a bandeira da religião, o que se torna acessível para todas as ideologias.
Sem contar que o elenco está muito afiado: Renato Góes é o nome mais conhecido do elenco, apresenta uma performance segura e que não sentiu o peso da responsabilidade de interpretar o primeiro homem – segundo a Bíblia – a pisar na Terra, mas quem brilha aqui são as mulheres, Nash Laila como a Eva, mas, principalmente, Isabél Zuaa como a personagem título, Lilith, que consegue fazer a sua revolução e mostrar o quanto seria diferente se a história do mundo tivesse tomado outro rumo.
Até mesmo a direção de arte paradisíaca foi um acerto para dar uma ideia de que o público esteja presenciando um lugar celestial. As filmagens ocorreram em uma cadeia de montanhas entre Nova Friburgo e Teresópolis, além de cenas em Saquarema, na Argentina e Israel.
Porém, nada disso esconde os problemas que o longa tem: o ritmo é excessivamente lento e por mais competência que o elenco tenha, o envolvimento emocional é quase nulo, sobretudo pela escolha estética e de roteiro em apresentar algo mais contemplativo e até sensorial, o que poderia ter dado certo, já que diversos clássicos fizeram isso com muito sucesso e são reconhecidos até hoje (2001 – Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, está aí para provar isso), mas que não é bem utilizada aqui, menos por questões orçamentárias e mais pelas escolhas.
E se a ideia é boa, isso não quer dizer que ela tenha sido bem executada, mas que apresenta a fragilidade do roteiro em apresentar sua trama, suas metáforas e tudo o que tinha potencial para mostrar, mas que ficou no meio do caminho.
Mas nada disso quer dizer que Lilith seja um filme ruim ou descartável, há grandes nomes envolvidos e uma amostra de que sim, o cinema brasileiro tem grandes ideias e que é só uma questão de tempo para que todos voltem a acertar.
Ficaremos na torcida.
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