Tetris é divertido como montar blocos

O popular jogo Tetris é, até hoje, dos games mais vendidos da história, sempre passa por adaptações e não importa qual seja a tecnologia do momento, o fenômeno Tetris sempre está lá.

O game foi criado em 1984 pelo soviético Alexey Pajitnov, mas aqui no Ocidente se popularizou a partir de 1989, quando vinha junto com o Game Boy, justamente por ser um game simples e que dá para o jogador passar de fase onde quer que ele esteja.

A popularidade dos jogos de montar blocos só aumentou nos anos seguintes. Não podemos nos esquecer da febre do Brick Game no Brasil durante a década de 1990 e hoje em dia esse estilo de jogo é muito querido nos smartphones.

Mas afinal, como fazer um roteiro de um longa-metragem sobre um game no qual o jogador monta blocos? A resposta está em não contar uma história de ficção sobre o jogo em si, mas nos bastidores e perrengues para trazer essa mina de ouro para a casa das pessoas.

E o resultado é este grande filme aqui: um longa sobre as dificuldades e negociações para licenciar Tetris e no contexto da Guerra Fria, o espectador também aprende muito sobre geopolítica, a tensão da época, sobre a URSS se abrindo ao mundo capitalista, mas sem se esquecer que estamos falando de uma adaptação de um jogo.

Hoje em dia estão comuns as histórias de bastidores sobre como alguns filmes clássicos foram feitos, como a série sobre Poderoso Chefão ou Hitchcock, que conta como foi realizado o clássico Psicose, mas no mundo dos jogos eletrônicos, isso é novidade.

E com o sucesso deste filme, nada impede que, no futuro, possamos ver outras histórias de bastidores da indústria dos jogos, como da Atari, o crash de 1983, a criação do Mario Bros, a briga entre a Nintendo e a Sony que gerou o PS1 e a rivalidade Sega x Nintendo dará uma minissérie fácil. Isso sem contar outras histórias que ainda não foram a público.

Para muitos, um videogame (ou um portátil, no caso deste aqui) é só um passatempo no qual as crianças se divertem, mas este filme deixa claro que a indústria vai além, a concepção de um jogo exige profissionais qualificados e milhões de dólares envolvidos. E no caso de Tetris, ainda tem a tensão da Guerra Fria envolvida, onde todos ali fizeram e possível e o impossível para licenciar os direitos do game. O empresário Henk Rogers (Taron Egerton) enxergou o potencial do game, arriscou tudo, colocou a casa como garantia para mudar para sempre a forma de como jogamos videogame até hoje. Pode parecer banal, mas, sem isso, a indústria não seria a potência de hoje.

O filme se inicia e encerra de forma exuberante e vibrante, com gráficos e a trilha típica de um jogo da época. Tudo isso é muito bom para situar e aquecer o espectador, mas todo o segundo ato é focado nas negociações, tensões e egos envolvendo os dois lados, embora não seja sempre que o filme acerta, pois em vários momentos, os soviéticos aparecem de forma estereotipada e até superficial, como vilões de ação dos anos 1980, ao passo que os estadunidenses, os “mocinhos”, são apresentados de forma jovial e formal. Isso é visível nas mudanças das cores da fotografia e trilha sonora.

Mas nada disso impede de o espectador apreciar uma grande história, que é pouco conhecida, mas que vai conectá-lo, seja pela curiosidade, pela viagem no tempo ou até mesmo para conhecer a trama por trás do jogo que o encantou por décadas.

É a magia do cinema presente onde menos se espera.

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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