Super Mario Bros: O Filme é uma carta de amor ao público gamer | Crítica

Super Mario Bros – O Filme, é dos longas mais aguardados do ano de 2023. O filme já está sendo produzido há anos, ainda teve uma pandemia no meio do caminho, mas está chegando com força total aos cinemas.

2023 está sendo um ano positivo para as adaptações de games, com produções elogiadas por público e crítica, como a série The Last Of Us e o filme Tetris, da Apple TV+. E este filme está estreando nas telonas com a responsabilidade de um produto decente sobre o personagem mais famoso dos games, apagar a má impressão do filme de 1993 e ainda ser o início do Universo da Nintendo nos cinemas.

É muita pressão em cima, mas a ótima notícia é que Super Mario Bros – O Filme, consegue tudo isso e muito mais.

O filme é a 13ª animação da Illumination, estúdio responsável pelas franquias Minions, Pets, Sing, entre outras animações e já começa com o prólogo do vilão Bowser (dublado pelo Jack Black na versão original), que consegue a Grande Estrela, tornando-o poderoso e apto a conquistar todos os outros reinos, incluindo o dos Cogumelos, onde vive o simpático Toad e a Princesa Peach (Anya Taylor-Joy). Depois somos transportados para a história dos irmãos Mario (Chris Pratt) e Luigi (Charlie Day), uma dupla de encanadores do Brooklyn, em Nova York, que estão financeiramente quebrados, são motivos de piada para os vizinhos e a família, mas que vão entrar pelo cano (literalmente), onde Luigi vai parar no reino do Bowser, é aprisionado e seu irmão Mario, que vai parar no Reino dos Cogumelos, se une à Princesa Peach para salvá-lo.

O filme é dirigido pela dupla Aaron Horvart, Michael Jelenic, que trabalharam na DC, sobretudo na animação dos Jovens Titãs e é escrito por Matthew Fogel, de Minions 2.

O longa está dividindo a crítica, mas muito elogiado pelo público e um enorme acerto foi em não inventar a roda. Há muitas surpresas no meio do caminho e quanto menos souber, melhor a experiência fica, mas considerando que estamos falando de uma franquia de jogos prestes a completar 40 anos, com vários games em várias plataformas, o filme pegou vários elementos de quase todos esses jogos e colocou aqui, sendo que tudo contribui para o roteiro e o resultado é um presente ao fã que joga Super Mario há décadas, mas também é agradável aos novatos da franquia e até mesmo para quem nunca jogou os jogos.

Logo no prólogo, a estrela é uma referência a Super Mario Galaxy, Super Mario 64 e o castelo da princesa também é inspirado no game do Nintendo 64. O clima urbano de Nova York é muito parecido com o cenário do recente Odyssey para Switch, a disputa na pista de corrida é uma clara referência a Mario Kart (até mesmo com os truques para vencer as provas) mas também há lugar para elementos clássicos da franquia, como os Power UPs, blocos, inimigos, armadilhas, cenários, tubulação e sons clássicos.

Mas não é apenas a franquia Mario que é referenciada, mas a Donkey Kong também, sobretudo o game clássico dos anos 1980, muito antes da trilogia do Super Nintendo, que também foi lembrada. Aliás, o Donkey, dublado por Seth Rogen, é um grande acerto, um alívio cômico que funciona e que pode ter o seu universo próprio nas telonas.

Todos os personagens – sem exceção – são bem construídos. O protagonista Mario é corajoso e o herói que todos precisam, Luigi é cômico, amigo e medroso, mas o longa faz justiça com esse personagem querido por muitos, Bowser é vilão sim, mas também tem um lado frágil e quase humano, porém, não hesita em querer dominar tudo.

Provavelmente a melhor personagem é a Princesa Peach. Desta vez, ela não é a mocinha em perigo, é inteligente, líder, corajosa, irresistível, independente e que tem as melhores linhas de diálogo do longa. É uma personagem que vai inspirar uma geração e que deve fazer parte da infância de muita gente.

E o que dizer do maravilhoso elenco de vozes? A dublagem brasileira é brilhante, uma das melhores da atualidade e Raphael Rossatto faz um Mario ímpar em sua carreira, mas o elenco original é o melhor possível com nomes como Chris Pratt (que gerou polêmica, mas faz um bom trabalho), Anya Taylor-Joy como a Princesa Peach, Charlie Day como Luigi, Seth Rogen como Donkey Kong, Jack Black como Bowser, só para citar os principais.

Outras atrizes foram consideradas para Peach, como Amanda Seyfried, Emma Stone, Jodie Comer, Chloë Grace Moretz, Mandy Moore, Amy Adams e Kristen Bell, mas Anya faz um excelente trabalho, digno de seus melhores papéis e a atriz passou meses jogando os games da franquia para entender a personagem.

Há duas cenas pós-créditos, uma no meio e outra no final dos créditos. A primeira é só uma piada de roteiro, mas a segunda mostra um personagem que pode aparecer futuramente neste universo.

Super Mario Bros – O Filme é o pontapé inicial para a Nintendo nos cinemas, uma carta de amor aos fãs, é respeitoso, feito com carinho, com capricho e com as boas adaptações que estão aparecendo, os gamers podem se sentir representados e respeitados.

Antes tarde do que nunca.

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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