Velozes e Furiosos 10 é o 11º filme de uma das maiores franquias do cinema (houve o spin off Hobbs & Shaw em 2019), desta vez é dirigido por Louis Leterrier (de O Incrível Hulk e Truque de Mestre. O diretor está substituindo Justin Lin (que dirigiu o 6º filme) após conflitos com o ator Vin Disel, mas recebe aqui os créditos de roteiro e produção.
O filme começa com um flashback do 5º longa, passado no Rio de Janeiro, justamente na famosa cena do roubo do cofre contra o vilão Hernan Reyes. O público descobre que seu filho Dante (Jason Momoa) quer vingança, atinge Dominic Toretto (Vin Diesel) onde mais dói: a família.
Seu plano consiste em destruir as pessoas próximas de Dom, uma a uma, seja armando uma cilada em Roma, separando o grupo, tornando-os procurados pelas autoridades, passando por lugares como Portugal, Londres e de volta ao Rio de Janeiro, com a ponta da cantora brasileira Ludmilla.
O filme apresenta um saldo melhor do que o 9º longa, embora esteja longe do 6º, 8º e do 7º, que até hoje é considerado o melhor da saga por muitos. OK, não se deve esperar nenhum tipo de profundidade no roteiro ou atuações, mas este relembrou do porquê acompanhamos a franquia até hoje: explosões, cenas que desafiam a física, megalomania e, no caso deste filme aqui, a volta de uma corrida de carros, embora de forma menos impactante.
Estima-se que Velozes e Furiosos 10 tenha custado cerca de 340 milhões de dólares, o mais caro da franquia e um dos mais caros da história – para efeito de comparação, Vingadores: Guerra Infinita, custou 321 milhões. Tudo isso é sentido nas cenas grandiosas, como a perseguição em Roma, com uma bomba gigante no meio da cidade, as sequências em Londres, Portugal, Rio de Janeiro, além de algumas personagens presas na Antártida.
Mas outro fator que incha o orçamento de um filme deste tamanho é o seu elenco estelar. Tem de tudo aqui: atores e atrizes veteranos, quase estreantes, vencedores de Oscar e muita gente vindo do Universo Marvel ou da DC.
E este filme ainda tem a inserção de Brie Larson, a nossa Capitã Marvel, vencedora de Oscar e aqui interpreta Tess, filha do sr. Ninguém e que se mostrou uma personagem muito interessante e sagaz.
Mas quem se diverte aqui é o vilão Dante, papel de Momoa, que está sempre à frente de todos e parece sempre imparável, como o ritmo do filme, mas não se apresenta como um vilão ameaçador, mas sim, que ri da própria situação e arranca as melhores risadas do espectador. Embora não seja o melhor vilão da franquia (Charlize Theron como Cipher no 8º filme é muito melhor) e nem mesmo Momoa seja um excelente ator, mas ele captou o espírito do personagem e do que é ser um antagonista de Velozes e Furiosos.
E não é o único que se diverte em cena, abraçando o absurdo: John Cena, o nosso Pacificador, é protagonista e um dos melhores arcos do longa, sendo a figura protetora do filho de Toretto, junto com Momoa, acaba sendo o alívio cômico e não à toa, é dos atores mais carismáticos de Hollywood.
Muitos torcem o nariz para as cenas gigantescas de ação, ficando a impressão de que aumentam a escala a cada filme. Momentos como ir para o espaço – literalmente – no 9º filme, são absurdos inexplicáveis, mas a pior coisa em Velozes e Furiosos 10 é o excesso de personagens e o medo dos produtores na morte de alguns.
Não é o primeiro longa onde um ator supostamente morre, mas descobre-se que está vivo, na explicação mais preguiçosa possível, como Han, interpretado por Sung Kang. E neste filme isso é escalonado ao máximo, com o retorno de dois personagens, que devem ser fundamentais para a continuidade deste universo.
Sem contar que, ao final de Velozes e Furiosos 10, fica a impressão de ser um filme incompleto, que simplesmente acabou o tempo de projeção e o longa se encerra em qualquer lugar. Só faltou a mensagem na tela: “to be continued”…
Muitas das respostas podem vir nos próximos filmes. Os produtores já declararam que esta é a primeira parte de uma “trilogia”, sendo encerrada em Velozes e Furiosos 12.
É esperar para ver e pode até ser que este filme melhore conforme as continuações apareçam, mas cada longa deve ser analisado individualmente, independentemente da proposta do estúdio. A não ser que o ingresso para as continuações já venha embutido no bilhete deste aqui, mas aí já é sonhar demais.
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