Shrek é uma animação de 2001, é o primeiro filme sobre o Ogro mais famoso do mundo e na história, ele vive em um pântano, praticamente isolado de todos, cria uma amizade improvável com um burrinho, mas sua tranquilidade é invadida por outros animais dos contos de fadas, que perderam suas terras pelas ações do Lorde Farquaad. Shrek e seu amigo, o burro, vão tirar satisfações no reino do Lord e recebem a missão de resgatar a princesa Fiona do castelo do dragão e, em troca, Shrek ganha o pântano para si novamente, mas ele e a princesa acabam se apaixonando. Não bastasse tudo isso, ela se revela também uma Ogra quando o sol se põe.
Shrek foi um sucesso imediato: foi a 4ª bilheteria do ano de 2001, ficando atrás apenas de Harry Potter, O Senhor dos Anéis e Monstros S.A. Também foi um sucesso de crítica, fez história como o primeiro filme a vencer o Oscar de Melhor Longa de Animação, gerou uma franquia com mais 3 filmes até o momento, criou uma legião de fãs, personagens carismáticos e é das sagas mais queridas do cinema.
Falar sobre Shrek também é como falar da história do seu estúdio, a Dreamworks, que foi fundada no ano de 1994, sendo um dos sócios o Steven Spielberg, mas, no caso deste filme, o nome mais emblemático é de outro fundador da empresa, o Jeffrey Katzenberg, que era dos executivos da Disney, dos responsáveis pela renascença da empresa no final dos anos 80, mas foi demitido, processou e ainda divulgou para a sua nova casa os futuros projetos.
Isso explica alguns filmes “gêmeos” da Dreamworks em relação à Disney, como Formiguinhaz e Vida de Inseto, ou Espanta Tubarões perante Procurando Nemo.
E no caso de Shrek, além da semelhança com outra animação da Disney sobre monstros do mesmo ano (Monstros S.A.), a pegada satírica aos contos de fadas foi uma exigência de Katzenberg, que é dos produtores de Shrek, que fez paródia justamente com aquilo que tornou a Disney conhecida durante décadas.
Mas engana-se quem acha que Shrek seja focado apenas na piada: é uma história de amor, mas não aquele idealizado. É um amor genuíno entre dois seres supostamente diferentes, mas que se revelam semelhantes. E convence muito: a química entre a princesa Fiona e Shrek é mais verdadeiro do que muitos apresentados em contos de fadas clássicos.
Sem contar que estamos falando de uma crítica aos padrões de beleza que sempre tivemos: desta vez, o herói não é um galã inalcançável, a mocinha não é indefesa (a cena na qual ela luta em uma referência à Matrix é sensacional), o sidekick não é imponente e nem mesmo o vilão tem a aparência maléfica.
Pode parecer uma subversão, mas foi justamente isso que fez com que muitos se identificassem com este filme e suas continuações. Fazer filmes com que as pessoas se identificassem acabou sendo a palavra de ordem dos estúdios até hoje. Se temos a preocupação com a representatividade, em parte, o mérito é do Shrek.
Até a Disney teve que se reinventar aos novos tempos, vimos isso, por exemplo, com a primeira princesa negra em A Princesa e o Sapo ou ainda o príncipe vilão em Frozen.
Shrek é das melhores e mais importantes animações da história, o carinho de milhões é merecido, o segundo filme é ainda melhor do que este e ainda nos mostra que uma única empresa não deve ter o monopólio da qualidade.
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