O Portal Secreto tem boas ideias mal aproveitadas

O Portal Secreto é um filme baseado na franquia literária escrita por Tom Holt (que também escreve o roteiro junto com Leon Ford), é dirigido por Jeffer Walker (mais conhecido pelos trabalhos em direção nas séries de TV) e se passa na cidade de Londres, onde o público acompanha o jovem Paul Carpenter (Patrick Gibson), que está desempregado, divide sua casa com um amigo e financeiramente quebrado.

Em um dia aparentemente comum, ele sai para procurar emprego, se depara com uma grande empresa excêntrica e mesmo sendo um desastre na entrevista, ele consegue a sonhada vaga, mas ao chegar lá, percebe que não se trata de uma empresa “normal”, coisas estranhas começam a acontecer e quem fica ao seu lado, é sua colega Sophie (Sophie Wilde).

Se este filme fosse lançado nos anos 2000, onde as adaptações literárias dominavam as telonas e todos queriam ser o novo Harry Potter ou Senhor dos Anéis, muitos iriam dizer que este filme estava pegando a onda do que era tendência, mas, agora, em 2023, este parece um produto descolado do seu tempo, embora não seja ruim e nem descartável, embora não chegue aos pés das grandes adaptações de livros para o cinema.

Há uma boa intenção aqui, é uma trama de fantasia com muito potencial de sucesso e criatividade, que com uma boa direção e roteiro, poderia se tornar um jovem clássico do cinema. O elenco também se esforça, tanto os atores veteranos, como Sam Neill e Christoph Waltz, como o casal de protagonistas, Patrick Gibson e Sophie Wilde, em sua estreia nos cinemas.

Mesmo os “poderes” que Paul adquire conforme o filme avança é uma ideia interessantíssima e até chega a ser bem explorada no longa, o problema é chegar a essas cenas, pois com o prólogo estranho e um desenvolvimento lento, a fantasia e a trama principal acabam ficando em segundo plano, bem como as reais intenções dos envolvidos da empresa, já que em boa parte o roteiro joga algumas iscas de quem é o vilão, quem é o mentor e do porquê estarem ali, mas quando de fato o espectador tem respostas, o resultado decepciona.

Embora O Portal Secreto esta seja uma produção mais modesta e sem o peso de marketing de muitos blockbusters lançados neste período de férias, uma discussão que está presente na maioria dos filmes é a questão do CGI ruim. Neste longa não é diferente.

O Chroma Key é paupérrimo em diversos momentos e não apenas quando exige-se o uso de efeitos especiais nas cenas de ação, mas até mesmo em tomadas simples, como na cidade de Londres, logo no início de projeção, onde claramente um personagem não está no mesmo plano do que o outro e o resultado é perceptível. E conforme o filme avança, quando realmente necessita do uso de efeitos especiais, o resultado chega a ser vergonhoso.

Ao menos este aqui tem a desculpa de ser um produto de baixo orçamento em detrimento a outros longas de produção milionária como The Flash e A Pequena Sereia, ambos lançados em 2023, que têm muitas qualidades, mas com o Chroma e CGI de gosto duvidoso.

É difícil saber se O Portal Secreto será um sucesso. Nos cinemas, a concorrência está pesada e mesmo filmes de franquias famosas, com marketing alto como o próprio The Flash e Indiana Jones, deram prejuízo aos seus estúdios. Mas ele pode ter uma sobrevida nos streamings, se tornar cultuado, querido e por se tratar de uma saga com vários livros, ter muitos fãs pedindo por continuação.

Tudo pode acontecer.

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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