Moulin Rouge – Amor em Vermelho: 20 anos depois – (2001)

Moulin Rouge – Amor em Vermelho é um romance/musical, lançado em 2001 nos cinemas, tem a direção de Baz Luhrmann (Romeu e Julieta, série The Get Down) e se passa em Paris, no final do século XIX e início do século XX. Este é o período da chamada Belle Epoque, que compreende justamente o final deste século até o início da 1ª Guerra Mundial, onde a Europa viveu sem nenhum grande conflito. Neste cenário, tivemos a famosa boate Moulin Rouge, muito requentada, disputada, mas discriminada pela sociedade conservadora da época.

O foco do filme está no escritor Christian (Ewan McGregor) e na sua paixão pela cortesã da boate, Satine (Nicole Kidman, ótima no papel), mas ela está sendo requisitada por um duque, sem contar que é desejada pelos milionários do local, o que torna um amor impossível. Christian e Satine têm a chance de trabalhar juntos em uma nova peça, mas a saúde dela fica cada vez mais comprometida com a pneumonia mais evidente.

Moulin Rouge resgatou o interesse do público em musicais na virada do século. Musical pode não ser um tema unânime entre o público, pois é amado e odiado por muitos, mas houve um período em que o gênero estava em alta nos cinemas e na cultura em geral, sobretudo no final dos anos 1970 e início da década de 1980, com os sucessos Os Embalos de Sábado à Noite, Grease, Xanadu entre outros. Até o Brasil entrou na moda, com o sucesso da novela Dancin’ Days, escrita pelo saudoso Gilberto Braga, em 1978.

Mas os anos se passaram, o público perdeu o interesse e parecia que só ficaria na memória.

Até que o diretor Baz Luhrmann veio com essa proposta ousada: misturar romance, comédia, musical, com músicas pop e ainda divertir seu público.

E a ousadia deu mais do que certo: Moulin Rouge foi um sucesso de bilheteria, de crítica, resgatou o interesse do público pelos musicais e ainda venceu 2 merecidos Oscar: Figurino e Direção de Arte. Foi ainda indicado em mais 6 categorias: Melhor Som, Fotografia, Maquiagem, Montagem, Atriz para Nicole Kidman (perdeu para Halle Berry pelo filme A Última Ceia) e ainda a indicação de Melhor Filme, algo que não acontecia para um musical desde 1980, com All That Jazz.

Aliás, não é exagero dizer que 2001 foi o ano da Nicole: após o divórcio do casamento de anos com Tom Cruise, ela teve dois dos melhores papeis de sua carreira: além deste filme, ela ainda protagonizou o ótimo suspense Os Outros, ela venceu Oscar no ano seguinte por As Horas e está com essa carreira incrível até hoje.

Mas, afinal, porque Moulin Rouge é um filme tão amado, mesmo sendo de um gênero tão polêmico?

Não há uma resposta exata para esta pergunta, mas podemos resumir da seguinte forma: Moulin Rouge é um filme para quem não gosta de musicais, mesmo sendo um legítimo musical. Parece um paradoxo, mas não é.

Existem diversos números musicais em Moulin Rouge, mas eles não são gratuitos e muito menos entediantes, muito pelo contrário, são esfuziantes, alegres, envolventes e que crescem junto com o filme, parece um videoclipe em movimento. Sem contar a boa escolha das músicas e a ousadia de colocar músicas pop em um filme que se passa em outra época, como canções do Nirvana, Madonna, David Bowie, só para contar alguns.

Além do mais, o filme não se limita somente na parte musical: é um romance clássico do homem pobre que se apaixona pela mulher “inatingível”, mas não é clichê e nem piegas, isso sem falar da excelente química entre Nicole e McGregor. E o filme diverte muito o espectador, não se limitando ao drama barato.

Moulin Rouge também é um filme sensual, mas sem cenas de sexo, nudez e, pasmem, é um programa para a família. Pode não parecer, mas é dificílimo conseguir isso

Mas não dá para falar deste filme sem citar algo importante e também lembrado hoje: a música Lady Marmalade, que tocava muito nas rádios, o clipe passou muito na saudosa MTV, se tornou um dos maiores hits daquela temporada e ajudou muito a vender o filme.

Moulin Rouge é cinema de primeira, faz com que o público torça, se apaixone, vibre, cante, dance, é sexy sem ser vulgar, tem ótimas atuações, está disponível na Star Plus e ainda um grande feito técnico.

Qual a sua desculpa para não dar uma chance?

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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