Morbius, a mais recente entrada no universo de personagens pertencentes ao AranhaVerso da Sony, é muito parecido com Much Ado About Nothing de William Shakespeare. Assim como a obra mencionada, trata-se da traição fraternal e da luta pela falta de controle.
A principal diferença entre os dois é que, enquanto a peça de Shakespeare usou o “nada” como motivo, o filme da Sony usa o mesmo conceito como dispositivo de enredo.
Ao longo de quase duas horas, o novo personagem de Jared Leto basicamente existe. Incidentes ocorrem, um após o outro, mas eles vêm no que parece ser uma série de momentos fabricados. Às vezes há visuais interessantes e, no papel, há desenvolvimentos que devem servir para manter o público interessado, mas de alguma forma o filme nunca consegue alcançar a sensação de estar completo.
De longe, Daniel Espinosa e sua equipe construíram algo que vale a pena, mas qualquer inspeção posterior revela que eles provavelmente estavam apenas fazendo a ideia de outra pessoa parecer tão bonita quanto suas mentes poderiam reunir.
Morbius é basicamente uma nova roupagem de Venom (com melhores efeitos), mas que chegou muito depois do filme do simbionte e pode ter sido prejudicado por isso.
Quando os créditos começaram a rolar, muitos de nós no cinema nos vimos sentados esperando por mais. Não porque pensávamos que haveria, mas porque nossos cérebros ainda não registraram que um filme completo havia passado na nossa frente.
Ainda estávamos esperando que alguém entrasse e pintasse as linhas visíveis. Em vez disso, fomos presenteados com um punhado de provocações de sequência jogadas na velocidade da luz, quase todas violando arcos de personagens previamente estabelecidos e regras universais para forçar conflitos futuros.
Se a Sony e a Marvel quisessem esquecer que Morbius aconteceu, provavelmente não seria preciso muito convencimento para o público em geral seguir o exemplo.
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