Megatubarão 2: ação cômica com potencial desperdiçado

Chegou nas telas dos cinemas o filme Megatubarão 2 (Meg 2: The Trench). Dirigido por Ben Wheatley e distribuído pela Warner Bros, a história dos Megalodontes continua. Jason Statham continua a história como Jonas Taylor, um piloto de submersível na luta pela sobrevivência contra tubarões gigantes. Megatubarão 2, ação cômica para distrair e dar risadas.

Surpreendentemente, é um filme de ação, aventura e terror, mas acaba se mostrando mais comédia do que terror. Mas como?

Megatubarão 2: Ação Cômica

A princípio, temos ação, aventura e terror. Tubarões gigantes? definitivamente se enquadra em terror. Fugir deles? Também enquadra em ação e aventura. Ainda assim, a quantia de elementos e cenas engraçadas supera as de terror.

Ao passo que é normal apresentar algum personagem engraçado para ser um alívio cômico, o filme abusa um pouco desse recurso. Ou seja, temos 2 personagens totalmente feitos para gerar falas, cenas e momentos engraçados. E boa parte das vezes de forma forçada ou muito boba. Ao ponto de se sobressair ao elemento de terror. Isso faz parecer mais comédia que o terror proposto.

Megatubarão 2

Usado com moderação, o alívio cômico é um ótimo meio de quebrar a tensão tornar a experiência mais interessante e descontrair um pouco. Porém, se usada em excesso, pode comprometer outras características narrativas.

Potencial Desperdiçado

A princípio, a história se desenvolve à partir da exploração de regiões pouco exploradas do fundo do mar. Até a metade do filme, mais ou menos, o ritmo e as cenas caminham muito bem. Isto é, transmite bem um clima de tensão e terror com partes de ação e a aventura da exploração e descobertas. Porém, assim que a história sai do fundo do mar e volta à superfície, perde grande parte da tensão e o elemento de terror é ofuscado pela parte cômica em excesso.

Juntando isso com cenas de ação absurdas ou bastante forçadas a partir desse ponto, o filme muda completamente de terror com ação, para ação cômica e meio forçada. Uma pena, pois estava bem interessante enquanto o filme se mantinha no fundo do mar.

Megatubarão 2

Considerações

Visualmente, o filme está bem feito, com efeitos bem trabalhados e criaturas impressionantes e que não ficaram estranhas em relação ao cenário e interação com os outros elementos. Os tubarões ficaram bons e impressionam.

Trilha sonora é razoável e na maior parte do filme consegue estar de acordo com momento ou cena, misturando bem com o que vemos. Não houve nenhuma parte em que ficou ruim ou estragou a narrativa.

Já em relação à história em si e a narrativa, o filme peca à partir do meio da história. Muda completamente o elemento de terror e aventura para algo cômico ficou bem estranho e desnecessário, ao ponto de algumas cenas simplesmente rir pelo absurdo mostrado ou se questionar se realmente está vendo aquela cena.

Além disso, as interpretações também ficaram a desejar, pois parece que a maioria dos personagens não levam muito a sério o que acontece ou a gravidade e perigo do que estão fazendo. Inesperadamente, um dos poucos personagens que é mais sensato é o Jonas Taylor, interpretado pelo Jason Statham. Caso se mostrassem mais emotivos ou sérios ou com medo, seriam mais convincentes.

Como resultado, o filme acaba sendo mais um filme de sessão da tarde. Tinha potencial para ser um filme interessante de terror, mas desperdiçou a oportunidade para ser uma ação cômica. No geral, o filme entreteve e entrega uma mistura de ação, aventura e uma pitada de terror. Satisfazendo a expectativa da maior parte do público que espera apenas ação sem muito enredo ou noção.

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Nerd: Guilherme Vares

Formado em Ciências da Computação e Pós em Jogos Digitais, aspirante à Game Designer, tendo Rpg e boardgames injetados diretamente na veia, adepto de jogos em geral e voraz consumidor de livros, séries e filmes.

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