Destinos Opostos é um terrível clichê sem envolvimento

Destinos Opostos é um filme brasileiro com lançamento para os cinemas em 2023. É dirigido por Walther Neto, escrito por Edu Felistoque, Erik de Castro, teve locações no Brasil, mais precisamente no Pantanal, também teve filmagens nos Estados Unidos. É produzido pela Guaikurus Films, também pela WN Produções, sendo distribuído pela Paris Filmes.

Na trama, Tony de Barros (Breno de Filippo), que cresceu na fazenda do pai, ambientada no Pantanal, decide sair de casa para a cidade grande após a morte de sua mãe, Clara (Daniela Escobar) e seu torna um empresário de sucesso.

Logo no início do longa, somos apresentados ao protagonista em Las Vegas junto com a namorada Carla (Carina Sacchelli) e um amigo estadunidense vivido por Michael Stone, que também é um empresário de sucesso.

Tony recebe a notícia da morte do seu pai, decide voltar à sua terra natal, mas com o intuito de vendê-la ao seu amigo, mas sem prejudicar a população local. Ele é confrontado pelos fantasmas do passado, um choque de realidade e reflete sobre a venda ou não, também relembra a infância ao lado de Waldir (Danilo Sacramento) e Helena (Priscila Sol), sobretudo pelos flashbacks expositivos e repetitivos, que ainda são apresentados com uma péssima fotografia em tons amarelados e arcaicos.

Waldir é um amigo de início, mas que logo se torna uma rivalidade, sobretudo após o seu pai demonstrar uma maior admiração por ele. Ao passo que Helena se mostra mais atenciosa, é a pessoa que mais convence o seu amigo a não prosseguir com a venda, vai conquistando a admiração de Tony e não é muito difícil de adivinhar como a história da dupla vai terminar.

Existe uma boa intenção em Destinos Opostos, já que a trama pode segurar muitos até o desfecho, é uma história típica brasileira, apesar de alguns diálogos em inglês, além de um desfecho satisfatório.

Porém, fica difícil assistir ao longa sem reparar nas fragilidades do roteiro, da parte técnica, da direção e até de alguns integrantes do elenco.

A cinematografia é límpida e colorida, mas isso não é um elogio, pois não casa com a linguagem cinematográfica, de uma história relativamente simples, onde as imagens vistas em tela poderiam se encaixar em uma reportagem televisiva ou até em um documentário, mas que, no cinema, não fez sentido. Aliás, a fotografia deste longa foi claramente inspirada na novela Pantanal e a produção mal fez questão de disfarçar isso.

A montagem é estranha, sobretudo no primeiro ato, onde as transições passam de forma tão rápida e superficiais que o espectador não consegue se conectar com o que ele vê em tela e muitos menos com os personagens. Junte tudo isso com um protagonista sem carisma, que o público não se envolve de início e mesmo após com o foco do longa na trama principal, o roteiro e as motivações do protagonista de passar anos longe de sua terra e simplesmente querer vender tudo, é algo questionável.

Mesmo alguns bons nomes, como Jackson Antunes e Daniela Escobar não têm espaço para os seus personagens perante um roteiro previsível em uma trama que se parece com tudo, menos com cinema.

Destinos Opostos é um longa fraco, tecnicamente imperfeito, com atuações questionáveis, roteiro frágil e onde o espectador acompanha vários personagens onde ele não se envolve emocionalmente e ainda se mostra previsível.

O cinema brasileiro merecia mais.

Posts Relacionados:

Missão de Sobrevivência: Mais Dúvidas que Ação

Capitu e o Capítulo é uma homenagem à literatura e ao Machado de Assis

Barbie é TUDO (mas não é anti-homem) – Crítica

Não esquece de seguir o Universo 42 nas redes sociais:

Instagram YouTube Facebook

Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

Share This Post On