Wonka é um filme lançado em 2023 nos cinemas, é uma prequel de A Fantástica Fábrica de Chocolate, lançado em 1971 e que teve um remake em 2005. Apesar de não ser uma história de Roald Dahl (autor do livro original), resgata muito do espírito dos filmes e, não à toa, está sendo um sucesso de público e crítica.
Na trama, o jovem Willy Wonka (Timothée Chalamet) chega em uma grande cidade, com poucos recursos financeiros, mas com o sonho de produzir chocolate. Ele se depara com um “hotel” chefiado pela sra. Scrubitt (Olivia Colman), que, na verdade, revela ser uma lavanderia com pessoas em regime análogo à escravidão. Lá, ele conhece os trabalhadores e acaba criando laço de amizade com a garota Noodle (Calah Lane), uma menina órfã, mas muito inteligente. Eles armam um plano de fuga e como se não bastasse, Wonka ainda precisa lidar com o cartel de chocolates do local, que proíbe qualquer comercialização do produto se não for deles mesmos.
O filme é dirigido e escrito por Paul King, que, anos atrás, nos agraciou com Paddington 1 e 2, mas agora tem a chance de brilhar em um longa de maior orçamento. Não faz feio, há muito da sua marca aqui, mas deixando claro que este é um filme de estúdio, com uma produção de mais de 100 milhões de dólares.
Sem contar que não era nenhum absurda a desconfiança em relação a este filme antes da estreia, afinal, uma prequel parecia uma decisão mais comercial do que artística e o ano de 2023 acumulou diversos fracassos de bilheteria, apesar de sucessos como Barbie, Super Mario Bros e Oppenheimer, o saldo será muito mais negativo do que positivo.
Não bastasse isso, este é uma produção pautada na magia, onde o CGI estaria evidente, mas em um momento de crise na computação gráfica do cinema, em especial do cinema de super heróis, parecia que seria apenas mais um enlatado de Hollywood.
Mas a boa notícia é que Wonka supera tudo isso, é um grande filme e embora não seja perfeito, é um ótimo programa para o fim do ano.
A direção de arte é de encher os olhos e deve ir para a temporada de premiações, embora em alguns momentos, o CGI seja mais evidente, não atrapalha o clima de magia e fantasia. Já os ditos vilões, são apresentados como caricatos, o que faz todo o sentido, mas o roteiro exagerou na abordagem.
Outra coisa que é importante dizer é que este longa também é um musical: há grandes números de música, também deve ir ao Oscar nas categorias musicais e embora este gênero não seja uma unanimidade entre os espectadores, existem sequências e coreografias de encher os olhos, que devem se tornar hit nas redes sociais de vídeos curtos.
Outro grande destaque é o elenco: Timothée Chalamet faz um Willy Wonka mais jovem, inocente do que o público está acostumado, mas não menos interessante e está resente em todas as cenas. Alguns atores conhecidos do grande público estão presentes como a sempre ótima Olivia Colman como uma das antagonistas, Hugh Grant, hilário como Oompa-Loompa e Sally Hawkins em flashbacks como a mãe do protagonista.
A jovem Calah Lane como Noodle é um grande destaque, tem um arco muito interessante, com um plot twist mais interessante ainda e vai ser difícil segurar as lágrimas, em especial das crianças.
Este longa pode ser uma porta de entrada para ela em Hollywood.
Wonka é uma boa surpresa da temporada, um longa mágico, bem realizado e até surpreendente. Em um ano de várias decepções em bilheteria e qualidade, acabou se tornando uma luz no fim do túnel.
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