Lov3 é a nova série brasileira da Amazon Prime Video, criada por Felipe Braga, Rita Moraes e na trama, os gêmeos Sofia (Bella Camero) e Beto (João Oliveira), e Ana (Elen Clarice) têm pouca coisa em comum: são irmãos, moram em São Paulo e se recusam a experimentar amor e sexo da mesma maneira que seus pais.
Isso se torna ainda mais forte quando a mãe deles, Baby (Chris Couto), resolve abandonar o marido, Fausto (Donizeti Mazonas), e um casamento de 30 anos.
Ana tem 33 anos e reata com o ex-marido, Artur (Drayson Menezzes), sem, contudo, abrir mão de ficar com quem quiser. Sofia tem 24 anos, acabou de ser demitida do milésimo emprego e precisa dividir o teto com um trisal que não a reconhece como parte da relação. E Beto é um jovem LGBTQIA+ que só sente atração por homens héteros que o dispensam, e agora precisa conquistar sua autoestima.
Nesse meio tempo, enquanto tentam conciliar suas vidas amorosas, o trio de irmãos busca o autoconhecimento para alcançar suas melhores versões.
A primeira temporada de Lov3 é composta por 6 episódios de cerca de 30 minutos e em pouco mais de 3 horas, o espectador consegue maratonar por completo. Nota-se que estamos falando de uma produção de orçamento modesto, mas os realizadores contornaram isso com o foco nos personagens e no roteiro.
Lov3 é uma homenagem à juventude de qualquer época, mas com o olhar para as novas tendências, novos hábitos de consumo, de comportamento e relacionamentos, sem contar que ela faz com que a audiência se identifique com o que vê em tela, com vários tipos, mas sem estereótipos.
Ok, a série depende do fator emocional e da empatia de como o espectador vai reagir, mas não dá para negar que o roteiro é muito bem escrito, bem amarrado e que ao longo dos 6 episódios, o espectador se importe com os personagens.
Sofia precisa se encontrar de forma espiritual, emocional e financeiramente, já que precisa tomar as rédeas de sua vida. Beto precisa aprender a se valorizar, já que está em uma relação abusiva e seu affair se revela cada vez mais um ser humano desprezível, seja na forma arrogante como trata o Beto ou até no comportamento com as pessoas ao redor, defendendo até que a Terra não seja redonda.
Já Ana é, de longe, a mais madura dos 3 irmãos, a mais bem resolvida profissionalmente – ganhando até promoção onde trabalha – mas é a mais frágil emocionalmente, sendo comparada com a sua mãe no aspecto psicológico.
Os 3 protagonistas têm muita química e estão à vontade em tela, mas falta a energia que os personagens precisavam nas atuações, sobretudo no desenvolvimento da série e no meio da temporada, onde essa falta de intensidade é ainda mais visível.
Provavelmente seja por isso que a personagem da Chris Couto seja mais intensa e a diferença de atuação quando ela aparece em cena chega a ser desproporcional. Ela aparece logo no início da série e nos episódios finais. Causa um incômodo sua presença, considerando o contexto, mas não dá para negar que seja uma personagem fascinante.
A primeira temporada encerra com um gancho para uma possível segunda temporada, que ainda não foi anunciada, mas vai depender do sucesso ou não desta.
Se depender da qualidade dos episódios, deve ser encomendada, possivelmente com novas histórias, novos dramas e agora com os atores mais maduros.
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