King’s Man: A Origem junta vários elementos, mas resulta em um filme fraco

King’s Man: A Origem é um filme de 2021, se passa 100 anos antes da trama do primeiro filme e no contexto da Primeira Guerra Mundial. O Duque de Oxford (Ralph Fiennes), um homem pacifista, porém, influente com líderes da Inglaterra, Alemanha e Rússia quer afastar do seu filho a ideia de lutar por seu país na guerra, mas se sente impotente com o impacto do conflito, das decisões dos chefes de Estado e decide criar a agência de espionagem Kingsman, junto aos amigos Shola (Djimon Hounsou) e Polly (Gemma Arterton).

O filme é escrito e dirigido por Matthew Vaughn, que também dirigiu os dois primeiros filmes da franquia e a conhece como poucos. O primeiro filme, de 2014, foi um sucesso de público, crítica e algumas cenas de ação, como a famosa da igreja, é amada e referência até hoje. Não demorou muito para que uma continuação fosse encomendada e em 2017 estreava Kingsman – O Círculo Dourado, que foi um fracasso de tudo, parecia que a franquia fosse enterrada, mas eis que o estúdio decidiu apostar em uma história de origem, que abre um grande gancho para uma possível continuação, mas que depende do sucesso ou não deste filme.

A ideia não é de todo mal, pois não há nada de errado em contar uma história de origem (apesar de quase sempre ser uma decisão comercial) e esta aqui ainda tinha o contexto de um conflito importante como a Primeira Guerra, que tem ganhado filmes interessantes como os recentes 1917, Mulher Maravilha, além do clássico Glória Feita de Sangue, de Stanley Kubrick.

E o diretor Matthew Vaughn sabe mesclar a história real com a fantasiosa, basta olhar para seu trabalho em X-Men: Primeira Classe e sem contar que um elenco com nomes como Ralph Fiennes, Djimon Hounsou, Gemma Arterton, Charles Dance, Rhys Ifans e Daniel Brühl não se encontra em qualquer lugar.

Até existe um esforço dos atores, mas as qualidades de King’s Man: A Origem acabam por aí.

O filme não empolga em momento algum, nem como filme de ação e nem como um registro histórico, pois as lutas são mal coreografadas, a montagem das batalhas, que foi um mérito no primeiro filme, é estranha, sem sentido e sem o charme que o espectador estava acostumado.

Já o registro da guerra é uma colcha de retalhos, com muita coisa em tela, pouca profundidade no conflito, mas o pior mesmo é o maniqueísmo presente no roteiro, já que os ingleses são tratados como heróis, mas os alemães e russos são os inimigos a serem combatidos e até a trilha sonora altera. E em 2021 isso é inaceitável.

E mesmo que o espectador não esteja por dentro do contexto da guerra, não vai demorar muito para estranhar a mudança de gênero e da abordagem em comparação aos filmes anteriores: enquanto nos dois primeiros filmes, a ação e espionagem se misturava com o humor incorreto, aqui a trama se leva a sério, os momentos cômicos são raros e as partes ditas sérias não são exatamente memoráveis.

Na verdade, o roteiro se esquece que se trata de uma história de espionagem, que está presente em raras cenas esquecíveis, que arranha uma trama política, de guerra ou de família, mas falha miseravelmente em todos os quesitos.

Para quem assistir ao filme, há uma cena no meio dos créditos, que tenta beliscar um gancho com um personagem importantíssimo da Segunda Guerra Mundial, mas, como já dito, a continuação vai depender do sucesso deste filme, que terá uma passagem pelo cinema e deve estrear na Star+ em 2022.

King’s Man: A Origem, tinha boa intenção, bom elenco, história promissora, mas derrapa feio em uma trama rasa, esquecível e com uma péssima história de origem.

Em um mundo em que quase tudo vira franquia e multiverso, algumas obras ficariam melhores se ficassem só no primeiro filme.

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Nerd: Raphael Brito

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