Pânico 5, ou simplesmente Pânico, é um filme de 2022, o 5º filme da franquia iniciada em 1996, que tinha como diretor dos filmes anteriores o saudoso Wes Craven, que infelizmente morreu em 2015. Desta vez, a direção fica a cargo da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (de Casamento Sangrento) e quem assume o roteiro é a também dupla James Vanderbilt e Guy Busick.
Pânico 5 se passa anos depois dos assassinatos na cidade de Woodsboro, onde um novo grupo de jovens começa a ser perseguido por um novo assassino atrás da máscara do Ghostface. Pânico começa com a jovem Tara (Jenna Ortega) recebendo ligações com ameaças e perguntas sobre filmes de terror – em uma clara referência ao primeiro filme – mas logo conhecemos os outros personagens que compõe o filme, como a protagonista Sam (Melissa Barrera), seu namorado Richie (Jack Quaid, da série The Boys), os amigos Wes (Dylan Minnette, de 13 Reasons Why e em uma clara referência a Wes Craven) e sua mãe, a policial Judy Hicks (Marley Shelton).
Quanto aos personagens já consagrados da franquia, o eterno policial Dewey (David Arquette) está isolado e não quer mais saber da loucura de Woodsboro, já Gale (Courteney Cox) agora é âncora de um telejornal famoso e colhe os louros da fama. E a Sidney Prescott (Neve Campbell) agora tem um filho e quer distância da cidade dos assassinatos, mas com um novo assassino à solta, precisa decidir entre o conforto e a razão.
A chamada “troca de bastão” entre gerações no cinema e na TV não é algo novo, aliás, é a estratégia dos os estúdios para mexer com a nostalgia de alguns e apresentar uma saga nova para os mais novos. Não é uma ciência exata, mas, quando bem feito, funciona, como no recente Ghostbusters ou na série Cobra Kai, só para citar alguns exemplos.
A diferença está em como isso é feito e como é o tratamento dos fãs das duas gerações. E a boa notícia é que aqui todos os públicos são tratados de forma respeitosa e até com um pouco de coração, embora fique claro que este seja um filme de terror.
Todos os clichês do gênero que já conhecemos estão em Pânico 5: referências a filmes de terror, às continuações de filmes, assassino mascarado, correria e muito sangue. E no caso deste filme, com uma referência muito pontual, que é relativa aos reboots, remakes e fan services que Hollywood anda fazendo. Tudo isso diverte muito o espectador, faz com que o público se interesse mais pelo filme, além da trama em si.
O roteiro consegue manter o clima de mistério até o final e a dúvida em seu público para descobrir quem é a pessoa ou pessoas responsáveis pelos assassinatos, já que a maioria dos filmes apresentou mais de uma pessoa.
A revelação é muito boa, gera grandes momentos no terceiro ato do longa e que vai deixar o público satisfeito.
O filme agrada várias gerações de uma franquia que começou desacreditada, mas se tornou referência e respeitada por fãs e não-fãs de terror. Pode gerar uma nova trilogia, trazer novos admiradores e até fazer com que uma nova geração descubra os outros filmes de Pânico.
Sempre de forma inteligente e com o respeito que os fãs merecem.
Wes Craven, onde quer que esteja, deve estar feliz com isso.
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