Space Jam – O Jogo do Século: 25 anos depois (1996)

Muitos torceram o nariz com o anúncio de que o jovem clássico Space Jam, lançado em 1996, teria uma continuação. Sua história é fechada em si e a ideia de voltar a este universo parecia ser mais uma que Hollywood faz para reciclar suas obras. Sem falar do velho debate da falta de criatividade da indústria.

Mas, independentemente da qualidade da continuação, este é o momento perfeito para relembrar o filme de 1996. A ideia parecia absurda: unir os personagens principais da Looney Tunes, como Pernalonga, Patolino, Frajola, Papa Léguas, entre outros, e o astro do basquete, Michael Jordan em um jogo contra os alienígenas.

Não que unir desenho com atores de verdade seja alguma novidade. Robert Zemeckis e Steven Spielberg já haviam nos agraciado isso com o magnífico Uma Cilada Para Roger Rabbit em 1988. Mas a técnica custa caro e nem todos têm estrutura para arriscar.

Space Jam foi um sucesso de bilheteria, custou 80 milhões e faturou 230 nas bilheterias mundiais. A ideia da Warner Bros era fazer um universo compartilhado (muito antes da Marvel), mas com o fracasso de Looney Tunes – De Volta à Ação, de 2003, o projeto ficou engavetado.

E a história de Space Jam é simples e maluca ao mesmo tempo: os alienígenas precisam de atrações para o seu parque de diversões e descobrem os Looney Tunes. Eles chegam à Terra para sequestrar o grupo, mas eles sugerem resolver isso com um jogo de basquete. Os aliens têm estatura pequena e não teriam chance em um jogo deste esporte, mas eles decidem roubar o talento de astros do basquete e se tornam gigantes. Os Looney Tunes, então, chamam ninguém menos do que Michael Jordan para ajudá-los contra os aliens e vencer este jogo do século.

O filme é dirigido por Joe Pytka, que é mais conhecido pelos comerciais de TV. De fato, sua direção não compromete o resultado final, já que o filme é pautado no carisma dos personagens. Mas uma mão mais pesada na direção faria mais diferença no resultado final.

Space Jam é um delicioso crossover de personagens conhecidos, onde cada um tem o seu momento. Obviamente, Pernalonga tem mais tempo de tela, mas o roteiro foi feliz na abordagem. Também não é exagero nenhum dizer que se trata de um fan service, muito antes de a expressão existir.

Não espere grandes camadas de roteiro, metáforas ou algo do tipo, mas tem a inocência e o clima de fantasia que fez parte da infância de muitos nos anos 90. Tanto que uma geração guarda este filme com carinho até hoje.

Outra qualidade de Space Jam é sua parte musical. Além da trilha incidental de James Newton Howard, o filme contém músicas maravilhosas, como a canção título e a comovente I Believe I Can Fly.

O ritmo é bom e não envelheceu nada. Assim como o CGI e Chroma Key, que, mesmo sem os avanços de hoje, ainda estão honestos e convencem mais do que muitos filmes de hoje em dia por aí.

Reparem também na presença de Bill Murray, fazendo o papel dele mesmo praticamente, mas é sempre bom vê-lo em tela.

Space Jam está longe de ser uma obra prima e nem se propôs a isso, mas o carinho de uma geração e fazer parte da infância de muitos é algo que não tem preço.

Leia também “Jerry Maguire – A Grande Virada: 25 anos depois

Não esquece de seguir o Universo 42 nas redes sociais:

Instagram YouTube Facebook

Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

Share This Post On