O nome Yakuza evoca diversos sentimentos em muitas pessoas. Seja repulsa por se tratar de uma organização criminosa, ou admiração pelos membros dessa organização que muitos tratam como a Máfia Japonesa.
A série foi lançada originalmente em 2005 pela SEGA. No Ocidente, ganhou o título de Yakuza, que permaneceu por todos os jogos da série principal até que, com a mudança de protagonista, o jogo se permitiu adotar o mesmo nome globalmente, adotando o título Like a Dragon, aqui ainda como um subtítulo, posteriormente se tornando o título da sére principal.
E o que eu achei de Yakuza: Like a Dragon?
Foi a segunda vez que eu iniciei Yakuza: Like a Dragon. E verdade seja dita, eu fui com dois pés atrás… A primeira vez foi no Xbox, em algum momento que esse jogo ficou disponível no Gamepass. Ademais, por conta da mudança na jogabilidade, que saiu de um estilo Beat’em Up para um jogo de RPG por turnos, eu acabei largando minutos após começar.
Qual não foi a minha surpresa, ao me ver totalmente abarrotado pelo jogo quando dei outra chance em outro momento da minha vida?
Yakuza era, por falta de termo melhor, um Beat’em Up, um jogo em que você anda pela cidade, bate em inimigos em um jogo de ação e cumpre objetivos, Já Like a Dragon segue um estilo de combate de RPG por turnos.
Eu não sou o maior fã de RPG por turnos atualmente, mas Persona está entre minhas séries favoritas, então eu talvez só seja hipócrita…
Like a Dragon ou Dragon Quest
Toda a justificativa de mudança de combate se alicerça na mudança de protagonista. Ichiban Kasuga é um membro da família mafiosa Arakawa. Ichiban tem pouco mais de 20 anos quando o jogo começa e fica quase 20 anos preso, portanto, sua noção de mundo é pesadamente afetada por conta disso.
Ou seja, Ichiban se via como um heroi, como o protagonista do jogo de RPG que tanto gostava, Dragon Quest. Um jogo clássico de RPG por turnos. E passou com essa mentalidade dos vinte aos quarenta e poucos. Portanto essa é a forma do jogo nos explicar como e por que Ichiban é como é.
A forma como Ichiban Kasuga vê o mundo, com sua criatividade exacerbada, enxergando inimigos como temíveis monstros, e um simples bastão de Baseball como a poderosa arma de um Herói, faz com que o jogo oscile bastante entre o divertido, lúdico e o drama de máfia, características da série Yakuza.
A estrutura do jogo
Essa desculpa, pode incomodar um pouco no começo, mas tão logo você se acostuma com a forma como o protagonista encara o mundo e aceita as peculiaridades desse universo, mais rápido você se diverte.
O jogo tem sub histórias repletas que aprofundam os personagens e desviam o foco da história principal por um tempo, permitindo que você aproveite mais do jogo, seja conhecendo mecânicas que foram introduzidas ao jogo (como o Dragon Cart), seja usando–as a fim de de mascarar o grind necessário para deixar seu personagem mais forte. Afinal, ainda é um RPG, você ainda precisa subir de nível e ficar forte para enfrentar os oponentes.
Dissonância Ludo Narrativa
Esse jogo (e, talvez, toda a série) jogam a Dissonância Ludo-Narrativa pela janela. Kasuga fica fora de combate após tomar um único tiro, mas Joon Gi pode fuzilar um jovem que estava com ciúmes de sua crush na escola, sem grandes problemas, ele levanta, sacode a poeira e está tudo certo. Namba, como um mago, consegue invocar pombos para atacar os oponentes, ou cuspir grandes labaredas usando a bebida alcóolica que toma.
Não espere seriedade dos combates ou, mesmo das histórias paralelas. Mas espere diversão.
Like a Dragon é um dos grandes representantes do que é “videogame”. Ele diverte, emociona, traz uma boa jogabilidade, soube inovar sua própria fórmula e, ao fim do dia, apresenta uma experiência que pode entreter você por dezenas de horas, ou centenas, se você for extremamente complecionista.
De toda forma, é um jogão.
Ficha Técnica
Nome – Yakuza – Like a Dragon
Lançamento – 2020
Desenvolvedora – Ryu Ga Gotoku Studio – SEGA
Diretor – Ryosuke Horii
Jogado em – PS5
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