Semana passada, escrevi um post falando sobre a ascensão e queda de M. Night Shyamalan e finalizei-o dizendo que, com Vidro, ele provavelmente tinha um novo sucesso em mãos. Infelizmente, engano o meu… Esperei por muito tempo pela continuação de Fragmentado, ansiosa para ver o que aconteceria com Kevin Wendell Crumb e Casey Cooke, criei grandes expectativas e teorias… E sai chateada do cinema, chorosa e desiludida. Sim, sou dramática, mas foi exatamente como me senti.
Li resenhas positivas de fãs em algumas mídias sociais, assim como ouvi estranhos e pessoas próximas a mim dizendo que também ficaram decepcionados, que gastaram dinheiro à toa e que “se era para acabar assim, nem precisava de continuação”. E essas coisas também foram difíceis de ouvir. Mais uma vez, sou uma pessoa dramática, mas sou extremamente apaixonada pelo que gosto – quem me conhece sabe o quanto gosto de Fragmentado –, e ver algo que me encanta acabar assim ou ouvir essas coisas é de partir o coração.
Vidro não teve só defeitos e decepções, não foi algo que quis sair do cinema ou me arrependi de pagar o ingresso – ou, ainda, de ficar a madrugada toda acordada para assistir ao filme. A relação de Kevin e Casey aqueceu meu coração, mas poderia ter acabado de um jeito muito diferente e poderia ter sido muito melhor trabalhada. Além disso, senti que esse filme foi a redenção da Patricia. Gosto da personagem, mas ela é um pouco detestável, daquelas que amamos odiar, e vê-la em certos momentos do filme foi maravilhoso e ao mesmo tempo doloroso. Sem contar, claro, a atuação maravilhosa de James McAvoy e de Anya Taylor-Joy. McAvoy conseguiu interpretar 24 personagens em um único filme e, como já digo desde Fragmentado, esse homem merece um prêmio por isso. E, ainda, ter a oportunidade de ver mais de Barry e Dennis foi muito bom, além de Spencer Treat Clark reprisar seu papel como Joseph Dunn, o filho de David Dunn.
Fora isso, o filme não foi só defeitos, mas foi em sua grande maioria uma decepção. Tudo acontece muito rápido, não é tão bem fluído como Fragmentado, que, por mais que não seja tão devagar quanto Corpo Fechado, as coisas acontecem em uma velocidade razoável. A personagem de Sarah Paulson é insuportável (eu já não curto muito a atriz por seus papéis em American Horror Story e isso fez minha birra duplicar) e o final deixa muito a desejar. Como eu disse ao fim da sessão: o filme poderia ter seguido tantos caminhos diferentes, ter tantos finais diferentes… Mas a escolha só deixou o final triste de várias formas.
Fico feliz que ele seja a maior bilheteria desde sua estreia nos Estados Unidos e não posso negar que o assistiria novamente, no cinema, pois gosto de pegar coisas que não consegui assistindo pela primeira vez. Ainda mais, também não posso negar que vou reassisti-lo muitas outras vezes e que vou chorar todas elas, assim como ainda faço com Fragmentado, mas que foi um encerramento bastante decepcionante para uma trilogia (até o segundo filme) bem sucedida, foi.