Um Casal Inseparável não empolga e é mais do mesmo

O gênero comédia romântica pode estar em baixa em Hollywood e está praticamente restrito aos streamings, mas isso não se aplica à indústria brasileira de cinema: o gênero segue em alta em terras tupiniquins e enquanto forem rentáveis, as comédias de forma geral vão dominar o mercado por muito tempo.

Mas é fato que algumas coisas precisam se renovar. As comédias românticas brasileiras andam cada vez mais parecidas umas das outras e até o espectador pode se cansar.

E é justamente o caso de Um Casal Inseparável: um filme que tem lá sua graça, seus momentos, atores carismáticos, mas não traz nada de novo. Logo na primeira tomada o espectador já imagina o final e, neste caso, nem mesmo a jornada é tão atraente assim.

Veja se você já viu essa história: uma mulher que não quer ter relacionamentos conhece um sujeito, eles se apaixonam, começam um namoro, se separam, sentem saudades e a volta é inevitável.

É a sinopse da maioria das comédias românticas brasileiras e esta aqui até tenta (mas não consegue) incluir alguns elementos que tornam este filme menos maçante ao grande público, como as belas paisagens cariocas, os pais da protagonista (vividos por Totia Meirelles e Stepan Nercessian) que são um alívio cômico em um filme que já é engraçado e uma trilha sonora com as músicas do momento.

Ah, também existe uma série de mal-entendidos, onde os personagens e o público são induzidos a pensar que estamos diante de uma história de traição, no caso, envolvendo a personagem da Danielle Suzuki (totalmente desperdiçada).

Mas o filme não é de todo mal: o diretor Sérgio Goldenberg (que trabalhou em 2021 na série Onde Está Meu Coração) sabe trabalhar com seus atores e embora o casal principal não tenha química (pois é), ele extrai uma boa performance do Marcos Veras, mas em especial da Nathalia Dill, que apresenta um bom timing cômico e pode surpreender em mais filmes do gênero.

Aqui ela interpreta Manuela, uma professora de vôlei, que conhece o médico Léo e logo se encanta.

Outro desperdício do filme, além da personagem Cristina (papel de Dani Suzuki), é a falta de ousadia do filme com sua abordagem, já que ele não se arrisca com as demais subtramas, fica praticamente 100% focado no casal principal, com seus encontros e desencontros.

O filme tinha potencial para explorar melhor os demais coadjuvantes ao redor, como os próprios pais da Manuela, os trabalhos de cada um (o fato da Manuela ser professora é quase ignorado) e até mesmo seus hobbies, como o vôlei e a dança no terceiro ato do longa.

Um Casal Inseparável é um filme mediano, apenas simpático, que pode ser visto a dois em um encontro menos exigente e comete o erro de perder a química de um casal principal. Não deve ter uma bilheteria gigante por conta da pandemia, mas pode ser descoberto em algum streaming e os fãs da Nathalia Dill não devem reclamar.

Veja sem compromisso e sem levar a sério.

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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