Tubarão é mais que um clássico: é o filme que mudou o cinema para sempre

Publicado por Raphael Brito

Tubarão, lançado em 1975 e dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg, é muito mais que um filme sobre um animal assassino. Baseado no livro de Peter Benchley e com roteiro assinado também por Carl Gottlieb, o longa se tornou um marco na história do cinema por inúmeros motivos — inclusive por ter criado o conceito de “blockbuster” como conhecemos hoje.

Sim, Tubarão foi o primeiro grande filme de verão — e, na época, o termo “arrasa-quarteirão” surgiu por um motivo literal: as filas dobravam os quarteirões das salas de cinema, dominadas pelos cinemas de rua. Esse sucesso estrondoso mudou a forma como Hollywood lançava seus grandes títulos e, sem exagero, moldou a indústria para sempre.

O medo vem do que não se vê

Mesmo com uma premissa simples — um tubarão gigante aterroriza uma pequena cidade litorânea — o filme se destaca por usar suas limitações técnicas a favor da narrativa. Por causa de restrições orçamentárias e dos constantes problemas com o tubarão mecânico (apelidado de Bruce), Spielberg optou por mostrar muito pouco da criatura. E isso, que poderia ser um problema, acabou sendo um dos grandes trunfos da obra.

A construção da tensão, os enquadramentos na altura da água e, claro, a icônica trilha sonora de John Williams, hoje tão lembrada quanto o próprio filme, criaram um novo padrão de como gerar medo sem precisar mostrar tudo. O resultado? Um dos filmes mais assustadores e impactantes de todos os tempos.

Tubarão é Spielberg no modo gênese

Tubarão também marca o nascimento do gênio cinematográfico de Spielberg. Sua capacidade de orquestrar tensão, drama e espetáculo em uma produção cercada de imprevistos, com um elenco enxuto e muito improviso, mostra por que ele se tornaria o maior diretor da sua geração.

E não só isso: o filme inspirou gerações de cineastas, influenciou o gênero de terror, suspense, ação e foi pioneiro no uso de marketing agressivo pré-lançamento. Foi o primeiro filme a atingir a marca de 100 milhões de dólares em bilheteria, um feito histórico na época.

31 curiosidades sobre Tubarão

Estreou nos EUA dia 20 de junho de 1975 e no Brasil estreou no natal, dia 25 de dezembro do mesmo ano;
Mais de 67 milhões de pessoas nos EUA foram assistir a este filme quando foi lançado inicialmente em 1975 (pouco menos de um terço da população total do país na época);
O diretor Steven Spielberg disse que quando leu o romance pela primeira vez, ele começou a torcer pelo tubarão porque os personagens humanos eram muito desagradáveis;
O compositor John Williams conduziu a orquestra durante a cerimônia do Oscar de 1976, então, quando foi anunciado que ele ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora, ele teve que correr até o pódio para receber seu Oscar e depois voltar correndo para continuar conduzindo a orquestra;
Bruce (o tubarão) tem 4 minutos de tempo de tela;

A cena em que a cabeça salta para fora do buraco do barco não foi originalmente roteirizada. O diretor Steven Spielberg diz que “ficou ganancioso” depois de ver a reação do público da prévia à cena em que o tubarão salta atrás da cabeça de Brody e queria “mais um susto“;
Era para ser lançado nos cinemas no Natal de 1974, mas como as filmagens ultrapassaram o cronograma de filmagens, seu lançamento foi adiado para o verão do ano seguinte;
O diretor Steven Spielberg nomeou o tubarão “Bruce” em homenagem ao seu advogado;
Três “Bruces” mecânicos foram feitos, cada um com funções especializadas. Um tubarão era aberto no lado direito, um era aberto no lado esquerdo e o terceiro era totalmente esfolado. Cada tubarão custou aproximadamente $250.000;
O diretor Steven Spielberg filmou cerca de 25% do filme do nível da água para dar aos espectadores a perspectiva de estarem nadando;
A maior parte do filme foi filmada com a câmera na mão para melhor conter a ondulação do oceano;
O autor Peter Benchley foi expulso do set após se opor ao clímax. Ele também foi demitido por sobrecarregar a história com muitas subtramas, envolvendo romance e intriga da máfia;

O tubarão em Procurando Nemo (2003) foi chamado de Bruce, supostamente em homenagem ao apelido do tubarão mecânico;
Este foi o primeiro filme a atingir a cobiçada marca de US$ 100 milhões;
Apesar dos retornos gigantescos de bilheteria do filme, Robert Shaw não ganhou um centavo com ele. Ele estava enfrentando pressão do IRS por sonegação fiscal e, devido a trabalhar em países tão diversos quanto os EUA, Canadá e Irlanda, ele teve que abrir mão de seu salário para fazer as pazes;
Richard Dreyfuss inicialmente rejeitou o papel de Hooper, dizendo que Tubarão era um filme que ele adoraria assistir, mas não fazer;
Steven Spielberg escalou Roy Scheider com base em sua performance em Operação França (1971);
Toda a segunda metade de Tubarão se passa no oceano, com apenas Roy Scheider, Robert Shaw e Richard Dreyfuss carregando-o entre os três. Nenhum outro personagem aparece (exceto o tubarão);
Eleito o sexto filme mais assustador de todos os tempos pela Entertainment Weekly;
1º de 3 filmes de Spielberg que seriam a maior bilheteria de todos os tempos: esse, ET e Jurassic Park;
Contagem de corpos: oito (cinco pessoas, um cachorro e dois tubarões);
Tubarão causou sozinho uma queda no comércio de pacotes de férias;
Filmado sob a ameaça de uma greve iminente de atores – Home Video;
Após o lançamento do filme, o interesse pela pesca de tubarões aumentou;
Este foi o segundo filme de terror indicado ao Oscar de Melhor Filme, depois de O Exorcista (1973);
O filme ficou em primeiro lugar nas bilheterias na semana em que estreou e permaneceu no topo por 14 semanas consecutivas;
Muitos outros filmes de monstros aquáticos foram produzidos após o sucesso recorde deste filme, incluindo Orca – A Baleia Assassina (1977), Tentáculos (1977), Piranha (1978) e Criaturas das Profundezas (1980);
Bruce, o tubarão, aparece pela primeira vez em 1:21:10 do filme;
Está disponível no Prime Video e na Telecine;
Venceu 3 merecidos Oscar: Som, Montagem e a Trilha Sonora de John Williams, além de ter sido indicado a Melhor Filme;
Foi um sucesso de público e crítica: a aprovação entre os críticos é de 97%, custou 7 milhões, faturou 267 só nos EUA, mais 210 mundialmente, totalizando 477 milhões de arrecadação.