E aí, Nerds?! Quem adora histórias de terror? Aproveitando o clima de IT – A Coisa, vim trazer a tradução de três mini-contos postados por usuários no Reddit, no sub-fórum Short Scary Stories. São historinhas que dão aquele calafrio quando você percebe o que está errado… Preparados?!
Odeio quando meu irmão Charlie tem que ir embora.
Por horrorinpureform
Odeio quando meu irmão Charlie tem que ir embora.
Meus pais sempre tentam me explicar que ele está muito doente. Que tenho sorte por ter um cérebro em que todas as substâncias químicas vão para onde devem ir direitinho, como um rio que segue seu curso. Quando reclamo que estou entediado sem um irmãozinho com quem brincar, eles tentam me fazer sentir mal dizendo que ele está muito mais entediado do que eu, já que está confinado a um quarto escuro em um hospício.
Sempre imploro para que lhe deem uma última chance. É claro que, no começo, eles deram. O Charlie voltou para casa várias vezes, e cada vez durou menos do que a anterior. Toda vez, sem falta, começa tudo de novo. Os gatos dos vizinhos aparecem na caixa de brinquedos dele com os olhos arrancados, encontramos as lâminas de barbear do meu pai no escorregador no parquinho do outro lado da rua, as vitaminas da mamãe são trocadas por tabletes de detergente da máquina de lavar louças… Meus pais estão mais receosos agora, usando “últimas chances” com moderação. Eles dizem que a condição mental dele o torna charmoso, que fica mais fácil para ele fingir que é normal e enganar os médicos que cuidam dele para que acreditem que ele está pronto para reabilitação. Que eu vou ter que aprender a conviver com meu tédio, se isso significar que estarei seguro longe dele.
Odeio quando o Charlie tem que ir embora. Tenho que fingir que sou bonzinho até ele voltar.
Vizinho irritante
Por conffra
Eu morava em um prédio pequeno no centro da cidade. Um dos motivos para eu ter me mudado era a má vizinhança, principalmente esse cara que morava no apartamento em cima do meu. Era um sujeitinho esquisito, bem reservado. Mas, quase sempre por volta da meia-noite, começava um barulho estranho que me deixava muito irritado. Pra ser justo, não era um barulho alto, Mas eu tenho o sono muito leve, então era difícil conseguir dormir com aqueles barulhinhos de batidas que não paravam. Parecia que alguém estava andando de salto alto, mas com passos leves, como se a pessoa que estivesse fazendo o barulho estivesse tentando ser o mais silenciosa possível. Depois de alguns dias, comecei a notar que o padrão era sempre o mesmo, como uma gravação que tocava sem parar, com alguns intervalos. E isso continuou acontecendo por boa parte daquele ano, sempre a mesma sequência de batidas, gravadas lentamente na minha cabeça, às vezes por horas e horas durante a noite.
Foi só vários anos depois, enquanto ajudava minha filha com o dever de casa, que aprendi um pouco sobre código morse. Ela bateu com os nós dos dedos na mesa, e um arrepio percorreu minha espinha quando reconheci o padrão daquelas batidas. Quando perguntei o que aquilo significava, minha filha riu:
– É o mais fácil de todos, papai. – Ela disse – É pra pedir por socorro.
Espera aí, tem algo errado.
Por morasyid
Um barulho te acorda, como se fosse alguém batendo na sua porta. Já passa da meia-noite, e você está deitado no sofá, ouvindo o chiado de estática da TV fora do ar. A casa está escura, todas as luzes estão apagadas. Você está sozinho. Você olha pela janela e vê a lua cheia, iluminando a sala através da vidraça.
Você levanta e caminha até a porta. Você olha pelo olho mágico. Não tem ninguém lá fora. Você abre a porta. Não tem ninguém. Você checa a varanda. Nenhum sinal de vida. Devem ter sido algumas crianças fazendo travessuras.
Irritado, você fecha a porta, desliga a TV, fecha a janela e sobe as escadas até seu quarto para dormir.
Tradução por Evelyn Trippo