Todas as séries que acompanho estão em stand by no momento. Ou seja, estou temporariamente órfã até que as novas temporadas sejam lançadas.
Mas eis que durante aquelas trinta e doze horas que gastamos procurando algo para assistir no Netflix versus as 2 horas nas quais realmente estamos assistindo algo, me deparo com uma série islandesa – Trapped.
Li a sinopse, não me chamou muita atenção, mas por ser islandesa e, policial, acabei dando uma chance à ela. Que baita surpresa!!! Uma série sem altíssimos investimentos, se sustentando apenas no roteiro, nas interpretações dos atores e na vastidão branca de neve islandesa como pano de fundo, Trapped consegue te fisgar logo no primeiro episódio.
A série se passa em Seyðisfjörður (cidade com nome impronunciável na Islândia), pequena e muito pacata no coração das montanhas – aquele tipo de lugar onde não costuma acontecer muita coisa emocionante.
A tranquilidade é destruída pela chegada de um navio dinamarquês trazendo turistas. No mesmo mar por onde chegou o navio, pescadores de Seyðisfjörður acabam fisgando um torso humano (sem braços, pernas ou cabeça), e então a polícia é acionada.
Nosso protagonista Andri, chefe da polícia, começa sua investigação para descobrir 1. De quem é o corpo 2. Quem é o assassino. Andri conta ainda com o suporte de sua equipe, Hinrika e Ásgeir, os únicos policiais na cidade além do chefe.
A tensão aumenta logo no início das investigações pois uma forte nevasca chegou, fechando estradas e deixando todos presos na cidade. Ao longo dos episódios, os personagens ganham mais profundidade pois é explorada a história pessoal de cada um, seus fantasmas, traumas, e toda essa carga é adicionada ao processo de investigação, que se torna mais complexo uma vez que novos crimes vão sendo descobertos e colocando a população uns contra os outros.
O que é genial desta série é que não há uma dramaticidade exagerada, efeitos especiais, nem nada. O roteiro é muito bem amarrado, até mesmo cenas que parecem desconexas e aleatórias acabam se encaixando em algum momento e se tornam peças chaves para a continuação.
É uma série gostosa de assistir pois todos os episódios têm começo, meio e fim, e nenhum deles é parado ou está lá apenas para encher linguiça (alô TWD, vamos aprender com os islandeses aí,por favor). Além disso é recheada de intrigas, mistério, e consegue envolver maravilhosamente o público. Eu diria que é uma história policial nos moldes Agatha Christie!
Trapped não conta com um elenco famoso – talvez o único ator que você possa reconhecer é o islando-americano Ólafur Darri Ólafsson (interpreta Andri), que teve pequenas participações em séries como Banshee e True Detective.
A série já foi renovada para a segunda temporada, e você já pode assistir à primeira na Netflix. Se você estiver procurando algo muito bom e envolvente, Trapped é sem dúvidas uma excelente opção fora do rol de série modinha ou hypadas. Então ative as legendas e se jogue em Trapped!
