Top Gun: Maverick é o melhor blockbuster de 2022

Top Gun: Maverick é a continuação do clássico lançado nos anos 1980, desta vez é dirigido por Joseph Kosinski (que já havia trabalhado com Tom Cruise na Oblivion), já que o saudoso Tony Scott infelizmente morreu há alguns anos. É escrito por Ehren Kruger, Warren Singer e Christopher McQuarrie (este último, diretor dos últimos filmes da franquia Missão Impossível) e se passa mais de 30 anos dos eventos do filme anterior.

O piloto de testes Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise) continua viciado em adrenalina, ainda vive o luto por seu amigo Goose, mas é questionado por seus superiores do porquê estar há décadas na mesma função. Apesar de sua indisciplina, ele é novamente designado a trabalhar no cobiçado grupo Top Gun, onde só ficam os melhores dos melhores, mas, desta vez, a própria marinha estadunidense começa a questionar se ainda vale a pena mandar os humanos para os testes ou se já é a hora de usar os drones.

Porém, para a surpresa de todos, Maverick não será um piloto, mas o professor dos novos alunos, entre eles, o “Rooster” (Miles Teller), filho de Goose e que ainda carrega a mágoa pelo que houve no passado.

Paralelamente a isso, Maverick ainda tem que lidar com a reprovação de “Cyclone” (Jon Hamm), que basicamente é obrigado a aturar o Pete por imposição do “Iceman” (Val Kilmer), ao mesmo em que começa um romance com a Penny (Jennifer Connelly), mas também lida com a reprovação da filha dela.

Não era difícil olhar para este filme e enxergar uma ideia oportunista de resgatar um filme que supostamente não precisava de continuação e ainda saber que a Hollywood atual está trabalhando com muitas continuações, remakes e reboots.

Sem contar que o astro Tom Cruise está muito em alta com o sucesso de Missão Impossível e não é de hoje que participa ativamente de seus projetos, seja também trabalhando na produção ou fazendo as cenas mais perigosas, sem o uso de dublês.

Porém, toda a desconfiança que qualquer um tinha deste filme cai por terra logo nos primeiros minutos de exibição: Top Gun – Maverick supera o filme original em quase todos os quesitos, entrega um filme arrebatador de ação, mesmo para quem não conhece o longa de 1986 e não é exagero dizer que este é um dos melhores filmes de ação do século XXI, na mesma prateleira de filmaços como Mad Max – Estrada da Fúria, 007 – Cassino Royale e Skyfall, além da trilogia Bourne.

A ação é de encher os olhos, com muitos efeitos práticos, o que foi uma exigência do próprio Tom Cruise, com destaque para as cenas aéreas, que são muito bem coreografadas e inteligíveis, mesmo para aqueles que não entendem do assunto.

Tecnicamente, o filme é impecável, em especial pelo trabalho de som, tanto na mixagem quanto na edição de som, pois é vibrante, intenso, impactante e não é exagero dizer que o filme seja merecedor de uma indicação ao Oscar na categoria.

A trilha sonora do Hans Zimmer (vencedor do Oscar pela trilha de Duna este ano) faz um bom trabalho em respeitar a música incidental já consolidada no filme clássico, mas trazer temas novos, sobretudo pelo sentimento dos personagens, pois o filme consegue fazer rir e chorar ao mesmo tempo, com as piadas na medida certa, sem atrapalhar a evolução da história, mas sem se esquecer do peso dramático, sobretudo no dilema entre Maverick e Rooster.

E por falar na parte musical, o grande desafio da produção deste filme estava em trabalhar na canção-tema para este fazer uma música tão ou mais impactante do que a clássica Take My Breath Away, que venceu Oscar na época e é famosa até hoje. A canção escolhida para este filme foi a Hold My Hand, da Lady Gaga, que embora tenha muita qualidade e tenha condições de se tornar clássica, ainda é cedo para saber se terá o mesmo impacto da música da Berlim.

E o que dizer dos atores? Obviamente, Tom Cruise é o astro, grande chamariz para o filme e junto com seu Ethan Hunt de Missão Impossível, está entre os seus papéis mais importantes. Mas isso não quer dizer que o filme seja unicamente dele, pois o roteiro consegue dar voz a todos e cada um tem o seu momento para chamar de seu, como o Val Kilmer em uma ponta excelente, o ator Miles Teller, que foi muito exigido neste longa, seja na parte física ou na emocional, sobretudo pelo peso da morte do pai.

Jon Hamm tem um papel quase ingrato em ser o contraponto de Maverick e quem for muito apegado ao personagem de Tom pode não comprar o personagem de início, mas não demora muito o espectador entender que não se trata de nada pessoal e sim, em fazer o certo.

O elenco ainda apresenta dois nomes femininos fortes, como a sempre ótima Jennifer Connelly, que tem uma ótima química com Tom, e a aspirante a piloto “Phoenix” (Monica Barbaro), que é a única mulher entre os alunos, tem potencial para ser explorada em outros trabalhos e este é um filme que pode servir para alavancar sua carreira.

Top Gun – Maverick é um grande filme de ação, um cinemão de primeira, consegue superar o clássico original, merece ser visto na melhor tela possível e é respeitoso com todos os públicos.

Quem disse que não existe criatividade nas franquias de Hollywood?

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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