Top 25 músicas de amor – parte 3 (do 15 ao 11)

Chegamos à metade de nossa querida lista e aqui teremos mais uma porção de clássicos rumo a mais bela canção de amor de todos os tempos! Clique nos links para ler a parte 1 e a parte 2.

 

15- Blue eyes crying in the rain (Willie Nelson)

Compositor: Fred Rose
Álbum: Red Headed Stranger
Ano de Lançamento: 1975

 

 

Novamente escolhi a gravação de Willie Nelson para um grande standart do cancioneiro norte-americano. A suavidade da voz de Willie, juntamente com a qualidade e limpeza da parte instrumental faz com que essa versão seja inesquecível e a mais famosa para esta canção.

A gravação original, do genial Hank Williams, é de 1951 e foi “revivida” pela versão de Nelson. Posteriormente, por conta do sucesso desta versão, a música foi bastante regravada por artistas como Olivia Newton-John e Roger Whittaker.

A letra retoma a popular temática da lembrança de um antigo romance que acabou mas que é inesquecível, traçando a belíssima imagem da amada como os “olhos azuis chorando na chuva”, durante a despedida do casal. Fred Rose “cometeu” alguns dos mais belos versos da música americana aqui:

“Love is like a dying ember
Only memories remain
Through the ages I remember
Blue eyes crying in the rain”

 

14- Ev’ry time we say goodbye (Ella Fitzgerald)

Compositor: Cole Porter
Álbum: Ella Fitzgerald Sings the Cole Porter Songbook
Ano de Lançamento: 1956

 

 

Continuamos em nossa jornada pelos standarts e chegamos – finalmente – em Cole Porter. Provavelmente o mais importante compositor americano de todos os tempos, Porter possui uma grande obra regravada milhares de vezes pelos melhores intérpretes do mundo. Ella é provavelmente sua melhor intérprete e – do belíssimo disco que ela gravou com o songbook de Porter – Ev’ry time we say goodbye é a mais derramadamente romântica.

Como todo grande standart esse também possui zilhões de regravações e destaco aqui as versões de Ray Charles, Chet Baker, John Coltrane, Sammy Davis Jr., Nina Simone e Sarah Vaughan. Mas a regravação definitiva é mesmo a elegante versão de Ella.

O instrumental é denso e cheio de metais, dando a impressão certa de sufocamento que a letra diz, sendo esta mais uma canção que trata da distância do ser amado. Porter, como de costume, é bem elegante em suas construções e destaco aqui a última estrofe da canção:

There’s no love song finer
But how strange the change
From major to minor
Everytime we say goodbye

 

13- I’ve Got you under my skin (Frank Sinatra)

Compositor: Cole Porter
Álbum: Songs for Swingin’ Lovers
Ano de Lançamento: 1956

 

 

Dobradinha de Cole Porter! Esta é uma de suas melhores e mais famosas músicas! Composta em 1936 para o musical Born to Dance, onde foi interpretada por Virginia Bruce. Desde então recebeu incontáveis versões excelentes, como a de Ella Fitzgerald, a de Shirley Bassey e a de Sammy Davis Jr. Mas não há nenhuma dúvida de que a melhor versão é a de Sinatra! Ele gravou a canção várias vezes, mas a versão jazzística de 1956 é a mais impactante.

O instrumental ágil, a letra contundente, que fala de um amor profundo, como demonstrado na primeira estrofe (I’ve got you under my skin / I have got you deep in the heart of me / So deep in my heart, you’re really a part of me), e principalmente a lendária interpretação de Sinatra, fazem dessa uma das canções mais obrigatórias de todos os tempos.

 

12- I never loved a man (the way I love you) (Aretha Franklin)

Compositor: Ronnie Shannon
Álbum: I Never Loved a Man the Way I Love You
Ano de Lançamento: 1967

 

 

Composta por Ronnie Shannon para Aretha, a música é tema de um dos maiores álbuns de todos os tempos, a obra prima da carreira de Aretha Franklin.

Aretha é uma cantora única, a mais influente da história da música e jamais igualada ou superada. Além da técnica primorosa, Aretha se destaca acima de tudo pela entrega emocional que dá às canções, e aqui podemos ver um de seus melhores trabalhos. A dor passada na voz, o desespero de uma mulher que sofre mas não tem forças pra abandonar esse amor nefasto, as subidas repentinas nas notas como gritos de desespero, o trabalho sublime do grave no refrão (um dos mais bonitos trabalhos vocais que já escutei na vida), tudo isso faz da canção uma pérola.

O instrumental é discreto para jamais abafar a estrela, que é a voz de Aretha. Se destacam algumas notas de guitarra esparsas, um pujante ataque de bateria e as subidas de metais. A letra trata de uma mulher maltratada e traída por seu homem, mas que é tão apaixonada que ficou anestesiada e não consegue abandoná-lo. O trecho a seguir resume bem a situação:

“My friends keep telling me
That you ain’t no good
But oh, they don’t know
That I’d leave you if I could”

É a mais diferente das canções de amor da lista, pois este amor faz mal para o eu-lírico e Aretha passa isso com perfeição. Sigam minha dica, ouçam o álbum todo, será uma das melhores experiências musicais de suas vidas, eu garanto.

 

11- I Walk the Line (Johnny Cash)

Compositores: Johnny Cash
Álbum: With His Hot and Blue Guitar
Ano de Lançamento: 1956

 

 

Uma das mais famosas músicas do grande Johnny Cash, este clássico foi eleito pela revista Rolling Stone como a maior música country de todos os tempos e tem uma bela história por trás.

Cash era casado com sua primeira esposa Vivian e se apixonou perdidamente por outra cantora country, June Carter, também casada. A paixão não poderia ocorrer e Cash passou anos sofrendo com isso (até finalmente se casar com June e viver com ela até a morte de sua amada) e deste sofrimento surgiu esta linda confissão de amor, do torto e caótico Cash, dizendo para June que “por causa dela, ele andava na linha“. É praticamente a materialização de um antigo sonho feminino (um tanto machista, mas coerente na década de 60), da mulher que queria – com o poder do amor – “arrumar” o homem, curá-lo de seus problemas.

A letra é simples mas efetiva, ilustrando os sentimentos de um homem apaixonado que procura mudar pela mulher amada. Mostra também como o amor o deixa “bobo”. É uma letra bem bonita e simples.

I find it very, very easy to be true
I find myself alone when each day is through
Yes, I’ll admit I’m a fool for you
Because you’re mine, I walk the line

A voz gutural e profunda de Johnny Cash imprime uma verdade a letra que nos faz acreditar piamente neste amor. O instrumental é o tradicional boom-shaka-boom, nome vindo do som que o violão faz na música. Essa obra prima é um dos melhores exemplos da utilização de elementos simples pra formar uma canção simples mas profunda.

 

 

Nerd: Arthur Malaspina

Arthur Malaspina é professor de português, nerd irrecuperável e humorista ocasional. Também não consegue se manter longe de discussões, seja na vida real, seja na internet. Tem opinião formada sobre praticamente tudo no mundo... mas não se preocupem, fica mais legal com o tempo. Co-proprietário do blog Han Atirou Primeiro (hanatirouprimeiro.blogspot.com.br). Twitter: @arthurskywalker

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