Thunderbolts marca o retorno da Marvel Studios aos cinemas, um ano após Deadpool & Wolverine, com uma proposta mais sombria e contida. Já apelidado por muitos como “o Esquadrão Suicida da Marvel”, o longa chega cercado de comparações — mas encontra seu próprio tom ao apostar em personagens quebrados, ritmo acelerado e uma trama sobre culpa, medo e pertencimento.
Na trama, um grupo de anti-heróis é forçado a se unir para cumprir uma missão perigosa, após uma armadilha arquitetada por Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus). A equipe é formada por Yelena Belova (Florence Pugh), Bucky Barnes (Sebastian Stan), Guardião Vermelho (David Harbour), Fantasma (Hannah John-Kamen), Treinadora (Olga Kurylenko) e John Walker (Wyatt Russell). Enquanto enfrentam ameaças fora do seu alcance, também precisam encarar seus próprios traumas — e uns aos outros.
Thumderbolts tem Raízes nos quadrinhos mas longe de uma adaptação fiel
A primeira aparição dos Thunderbolts aconteceu em O Incrível Hulk #449, em 1997. Na época, o grupo era formado por vilões disfarçados de heróis, liderados por Barão Zemo. Nas HQs, a equipe passou por dezenas de reformulações, com nomes como Justiceiro, Hulk Vermelho, Elektra e até o Gavião Arqueiro.
Mas o filme não segue essa estrutura original. Em vez disso, aposta numa narrativa mais centrada e emocional, com menos sarcasmo que Esquadrão Suicida e mais foco nos dilemas internos dos personagens.
Temas e estilo: trauma, controle e pertencimento
Thunderbolts mergulha em temas como medo, identidade e o peso do passado, entregando um filme com ritmo dinâmico e visual mais sóbrio do que o habitual na Marvel. A fotografia é mais fria, os cenários são mais realistas e a violência é menos cartunesca, conferindo personalidade à obra sem perder a acessibilidade do MCU.
Florence Pugh lidera um elenco equilibrado (com algumas ausências sentidas)
Florence Pugh continua à vontade como Yelena Belova, equilibrando emoção e humor com carisma de sobra. David Harbour, como Guardião Vermelho, funciona como alívio cômico e, mesmo irritante em certos momentos, cumpre bem o papel.
Sebastian Stan retorna como Bucky com presença e autoridade, mas mais uma vez parece subaproveitado, sem um arco que realmente o mova para frente. Ainda é o mesmo personagem desde Falcão e o Soldado Invernal.
No núcleo secundário, Wyatt Russell traz energia para John Walker, e Hannah John-Kamen oferece uma Fantasma mais vulnerável, enquanto Olga Kurylenko tem tempo mínimo como Treinadora, o que é uma pena, considerando seu potencial.
O Sentinela é o fator X do filme
Mas o destaque absoluto é Sentinela (Bob Reynolds), agora vivido por Lewis Pullman, substituindo Steven Yeun. Com poderes de nível Superman e um lado sombrio conhecido como Vácuo, o personagem traz camadas de instabilidade, melancolia e ameaça, funcionando como catalisador emocional do grupo.
Pullman entrega um Sentinela intenso e perturbador, com um dos arcos mais densos do filme, trazendo o dilema de ser um deus instável entre humanos fragilizados.
Veredito
Thunderbolts não reinventa a roda, mas entrega um bom filme de equipe, com ritmo ágil, diálogos certeiros e cenas de ação bem coreografadas. É o típico “arroz com feijão bem temperado”, que não tenta ser maior do que precisa — mas deixa um gostinho de continuação, especialmente com a segunda cena pós-créditos, que aponta para possíveis conflitos ainda mais sombrios no futuro do MCU.
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