Thelma & Louise: 30 anos depois – (1991)

Thelma & Louise é um grande filme por diversos motivos e independentemente do ponto de vista que o espectador vê. É dos filmes que melhor envelheceram no que diz ao debate sobre feminicídio e o lugar da mulher na sociedade. Em um mundo onde se discute sobre feminismo, abusos sexuais, assédio e onde há a necessidade de uma lei como a Maria da Penha, o filme já debatia sobre tudo isso no início dos anos 1990.

Além do mais, é um dos melhores filmes do diretor Ridley Scott (Alien, Blade Runner). Provavelmente é o melhor papel de Susan Sarandon e Geena Davis (ambas indicadas ao Oscar pelo papel) e o filme ainda conta com o veterano Harvey Keitel e o então estreante Brad Pitt.

Mas quem não conseguir enxergar essas camadas e ver Thelma & Louise só para se divertir também verá um bom programa. Ok, não se trata de uma comédia, mas a jornada do herói (ou da heroína), algumas cenas de ação e alguns momentos divertidos fazem deste um filme também com o fator de entretenimento, embora as discussões estejam lá.

A história de Thelma & Louise infelizmente é muito comum com muitos casos que vemos na vida real, na mídia até hoje: Thelma (Geena Davis) é uma dona de casa frustrada que aguenta humilhações do marido, Louise (Susan Sarandon) é uma garçonete na faixa dos 40 anos que também está frustrada. As duas são muito amigas e decidem viajar para se divertirem, mas ao pararem em uma balada country, Thelma é sexualmente abusada no estacionamento, Louise atira nele e acaba matando-o.

A polícia, liderada por Harvey Keitel está na cola dela, mas não demora muito para este personagem começa a criar empatia com as mulheres e a querer ouvir o lado delas, embora qualquer evidência as incrimine, até que elas comecem a ficar num beco sem saída, encurraladas e até mesmo com o rosto conhecido pelo país afora.

Não bastasse isso, Thelma se encanta pelo personagem do Brad Pitt, um jovem irresistível, a atração é inevitável. Mas o homem perfeito se revela um verdadeiro golpista, roubando todo o dinheiro das duas, levando Thelma a assaltar um mercado à mão armada.

Mas mesmo com essa história trágica, engana-se quem acha que Thelma & Louise seja um filme denso ou pessimista. Pelo contrário, diverte o espectador, faz com o que o público torça pela dupla principal, tem uma fotografia solar, com tons amarelados e ainda é um legítimo road movie, na qual as protagonistas passam boa parte da história dirigindo e a montagem também faz um serviço ao longa em manter o ritmo e interesse do público.

Musicalmente Thelma & Louise também é um filme muito otimista: a seleção de músicas vai desde baladas country a melodias intimistas quando o filme pede. E a trilha incidental do mestre Hans Zimmer também é um grande personagem do filme para a conexão das atrizes com seu público.

Thelma & Louise venceu o merecido Oscar de Roteiro Original, ainda teve indicações para o diretor Ridley Scott, as atrizes Genna Davis e Susan Sarandon (ambos perderam para O Silêncio dos Inocentes) e ainda teve mais duas indicações com Fotografia e Montagem (categorias vencidas pelo filme JFK).

Ainda foi um sucesso de bilheteria e crítica, tendo mais de 80% de aprovação.

E não importa a forma com que se vê ou revê Thelma & Louise: o legado é eterno, se tornou um dos filmes com protagonistas femininas mais importantes do cinema e se tornou assustadoramente atual.

Para o bem e para o mal.

Leia também: O Silêncio dos Inocentes: 30 anos depois – (1991)

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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