Racismo, drogas e violência são o pano de fundo para uma história humana poderosa
A nova série da FOX Premium estreia hoje (19) as 22:15, mas eu já tive a oportunidade de ver os 2 primeiros episódios e afirmo (com muita felicidade) que é uma das melhores séries dos últimos tempos. Algo que vai além da previbilidade de contar uma história de gangsters e nos envolve com dramas mais atuais do que poderíamos esperar.
Inspirada em fatos reais, “Godfather of Harlem” combina eventos históricos e políticos que retratam por um lado o movimento liderado por Martin Luther King na década de 1960 nos Estados Unidos pela luta dos direitos civis e, por outro, a criminalidade da época, efeito do negócio de drogas e tráfico de armas nas mãos de várias máfias perigosas. Composto por 10 episódios de uma hora, o novo drama é produzido e estrelado pelo ator multipremiado Forest Whitaker (“O Último Rei da Escócia”), que interpreta Ellsworth “Bumpy” Johnson, um mafiosos mais relevantes dos Estados Unidos, que, no início dos anos 60, retorna para recuperar seu bairro depois de passar uma década na prisão de Alcatraz, em São Francisco, sob uma acusação de envolvimento com drogas.
Vou listar abaixo o que mais as 7 coisas que mais me atraíram na série.
ATORES GRANDIOSOS
Um elenco de peso pode fazer a diferença em uma série. E THE GODFATHER OF HARLEM tem 3 nomes que inspiram muita confiança: Forest Whitaker, Vincent D’Onofrio e Giancarlo Esposito. Todos eles já fizeram papéis de mafiosos em outras produções e justamente por isso aqui merecem destaques, pois conseguem imprimir características totalmente únicas a estes novos personagens.
Você pode saber mais sobre os personagens da série clicando aqui.
AMBIENTAÇÃO DOS ANOS 60
A ambientação passada nos anos 60 é algo que engrandece a história. Em uma época que a tecnologia começava a ser mais explorada, é muito interessante como a série brinca com os detalhes ligados a isto.
AS MÁFIAS: NEGROS X ITALIANOS
Sempre que ouvimos falar em máfia, os italianos são os primeiros que vem à mente. E não atoa, eles dominavam muitos barros nos EUA e muitos tiveram produções contando suas histórias. É muito interessante ver o desenvolvimento de uma Máfia comandada por negros, já que muitos bairros de Nova York são conhecidos por sua cultura “black” que influenciou a música até o estilo de vida.
É impactante ver os negros se posicionando para tomar o seu lugar, aprendendo com os italianos e usando isso contra eles.
Os latinos também tem uma parte importante na história, já que eles tem relações com ambos, italianos e negros, e também não tem uma posição ainda muito bem definida.
CRÍTICA SOCIAL E RACIAL
É claro que uma história dessas não poderia ser contada sem abordar críticas sociais, segmentação e racismo. Com tudo o que está rolando hoje no mundo com o VIDAS PRETAS IMPORTAM, a série pode ter um grande apelo junto ao público. Principalmente porque a questão do preconceito contra os negros em muitas vezes acaba definindo o rumo de muitas decisões.
MUITO MAIS DO QUE DAR TIROS POR TERRITÓRIO
Os personagens são inteligentes, o que faz muito sentido, já que ninguém consegue dominar um território apenas com poder de fogo. É preciso que saibam o que fazer, quando fazer, com quem fazer. Os personganes de Forest e Vincent são especialistas nisso e com ceretza teremos muitos momentos gloriosos e plot twists esplendorosos durante toda a temporada.
DROGAS TOMANDO OS BAIRROS
As drogas geralmente são a base do poder de qualquer facção criminosa. E em algumas décadas, algumas tiveram mais “destaque” do que outras. Neste caso, além de acompanharmos os dramas e evolução de alguns personagens e a guerra entre as máfias, também entendemos melhor como as drogas foram se infiltrando nos bairros americanos, sendo que a série parece dar um foco na heroína. Isso é mostrado não somente através do tráfico, mas na relação pessoal e uso de alguns personagens.
Os detalhes são tão importantes que vemos situações degradantes e desumanas como uma pessoa cuja a função é simplesmente “testar” a droga para saber a “qualidade” do produto.
O MAFIOSO TEMENTE A DEUS
Falar de máfia e não falar de religião seria um absurdo (infelizmente). Duas coisas que deveriam estar tão afastadas mas que estão mais misturadas do que gostaríamos. Além dos mafiosos sempre usarem questões religiosas como escudo para alguns atos, a série mostra o envolvimento que muitos “guias espirituais” de várias religiões tinham com estas instituições paralelas.
Isto acaba se misturando com as questões raciais e impacta diretamente em relacionamentos amorosos e nos faz pensar em como nossa liberdade é algo que realmente deve ser defendido a todo custo.
