The Electric State – O Desperdício de 320 Milhões da Netflix | CRÍTICA

The Electric State, filme de 2025 lançado diretamente na Netflix, prometia ser um dos maiores lançamentos do ano. Baseado na graphic novel homônima de Simon Stålenhag, o longa tem direção dos irmãos Russo (Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato), com roteiro assinado por Christopher Markus e Stephen McFeely, os mesmos responsáveis pelos quatro filmes da Marvel dirigidos pela dupla.

O filme se passa em um mundo distópico, onde humanos e máquinas entraram em guerra. A trama começa em 1990, com a humanidade tentando conter o avanço da inteligência artificial, chegando a criar prisões para robôs. A protagonista, Michelle (Millie Bobby Brown), vive uma relação afetuosa com seu irmão mais novo, Christopher.

Quatro anos depois, em 1994, a guerra terminou, mas os robôs agora são considerados indesejados e vivem marginalizados. Michelle, que perdeu toda sua família, sobrevive em um lar adotivo abusivo, até que sua vida muda com a chegada de Cosmo, um adorável robô que precisa cruzar o país para encontrar sua espécie e garantir sua sobrevivência.

Um dos Filmes Mais Caros da História

The Electric State é um dos filmes mais caros já feitos. Com um orçamento absurdo de 320 milhões de dólares, a produção superou blockbusters de Hollywood e se tornou a mais cara da história da Netflix. Se tivesse sido lançado nos cinemas, precisaria faturar cerca de 1 bilhão de dólares para cobrir os custos de produção e marketing.

A Netflix investiu pesado na divulgação, incluindo um evento de lançamento em São Paulo com a presença de Millie Bobby Brown, os irmãos Russo e influencers. A cantora Pabllo Vittar também marcou presença, reforçando a aposta do streaming em estratégias de marketing agressivas.

Primeiro Ato Promissor, Mas o Resto…

O longa começa de maneira competente, apresentando um mundo distópico intrigante, conflitos bem construídos e referências interessantes a filmes como O Exterminador do Futuro e Distrito 9. Parecia que The Electric State poderia se tornar um novo grande hit da Netflix.

Porém, o filme desanda rapidamente. O que começa como uma trama promissora se torna entediante e desinteressante, sem ritmo e com um roteiro que simplesmente não sabe para onde ir.

Elenco Desperdiçado e Personagens Sem Carisma

Desde que saíram da Marvel Studios, os irmãos Russo não conseguiram acertar um único grande sucesso. O mesmo vale para Millie Bobby Brown, que ainda não provou seu talento fora de Stranger Things. Seu desempenho no filme é mediano e sem brilho, sem entregar nada de marcante.

E não para por aí: Stanley Tucci e Ke Huy Quan, ambos excelentes atores, são completamente desperdiçados, sem momentos para brilhar. Mas nenhuma atuação decepciona tanto quanto a de Chris Pratt. Ele parece estar interpretando uma versão sem carisma de Peter Quill, só que sem o toque de James Gunn para dar charme ao personagem. A tentativa de criar química entre ele e Millie fracassa miseravelmente.

The Electric State é Apenas Mais um Filme Genérico da Netflix

Com um tema atual e um elenco forte, The Electric State poderia ter sido um grande filme, mas acaba sendo mais um longa genérico, repleto de problemas narrativos e um desperdício de mais de 300 milhões de dólares.

Dá para imaginar o que um roteiro mais bem trabalhado e um orçamento menor poderiam ter feito? Talvez estivéssemos falando de um clássico da ficção científica – mas, em vez disso, temos mais um blockbuster esquecível no catálogo da Netflix.

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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