Sweet Home: Terror, drama ou ficção cientifica pós apocalíptica?

Sweet Home é tudo isso junto e misturado

Sweet Home é uma adaptação do Webtoon de mesmo nome da autora Kim Carnby, com ilustrações do artista Hwang Yeong Chan. O quadrinho online foi lançado em 2018 no site webtoons.com e tem 14 episódios no total e ano passado ganhou uma adaptação para a Netflix.

Como eu não li o webtoon, vou falar apenas sobre a adaptação, ok? Bora lá!

Sinopse

Sweet Home conta a história de Cha Hyun-Su (Song Kang) que, depois de perder toda a família em um trágico acidente de carro, se muda para um complexo de apartamentos chamado Casa Verde.

De repente, seres humanos começam a se transformar em monstros e Cha Hyun-Su e outros sobreviventes moderadores do prédio devem sobreviver ao apocalipse.

A história de Sweet Home

Apesar de Cha Hyun-Su ser o protagonista desta história, temos a participação de muitos personagens, e todos eles dividem bastante tempo de tela com o personagem principal. Creio que só nos primeiros episódios passamos mais tempo pelo ponto de vista do protagonista.

Todos têm personalidades e motivos diferentes, o que empolga ao nos fazer pensar em como será a dinâmica entre todos eles: temos a adolescente rebelde Lee Eun-Yoo (Go Min-Si), a garota descolada Yoon Ji-Soo (Park Gyu-Young), a bombeira badass Park Yoo-Ri (Go Yoong- Jung), o professor de coreano religioso Kim Nam-Hee (Jung Jae-Heon), o líder nato Lee Do-Hyun (Lee Eun-Hyeok), o gângster com cara de vilão Pyeong Sang-Wook (Lee Jin-Wook) e muuuitos outros.

Mas vou dizer a verdade: a história demora um pouco para te deixar interessado – e te fazer superar o estranhamento que algumas coisas podem causar. O dorama consegue isso aos poucos.

Os personagens, conforme tentam sobreviver, são apresentados a alguns dilemas morais que não são tantos, é verdade, mas continuam sendo interessantes.

E o último episódio? Termina em um cliffhanger para uma possível segunda temporada.

Você pode ficar um pouco confuso

Como e por que os monstros surgem?

Uma coisa que acho que vale a pena mencionar é que achei que faltou um pouco de explicação sobre algumas coisas, porque de repente (de repente mesmo, de uma hora para a outra) as pessoas começam a se transformar em criaturas horrendas.

Por que aquilo está acontecendo? O que causou tudo isso? Não tem uma resposta exata para essas perguntas, apenas a especulação dos próprios personagens de que aquilo pode ser uma punição divina pelos pecados dos seres humanos.

O tempo é abstrato

Outra questão que pode deixar o espectador confuso é a passagem de tempo. Não sabemos se passaram-se dias, semanas ou meses naquela situação, a não ser pela neve que vemos em algum ponto, mas o mundo lá fora está literalmente um caos, o que garante que a mudança climática não se deve aos monstros que inexplicavelmente começaram a aparecer também?

Outro ponto que me deixou com um grande ponto de interrogação na cabeça foi quando, em determinado momento, os sobreviventes dizem estar sem água e sem comida, porque nos primeiros episódios, vemos uma abundância de alimentos nos apartamentos, até mesmo jogados no meio dos corredores. Além disso, no térreo do prédio existe um mercadinho, como uma loja de conveniência e em nenhum momento é mostrado que a comida ali está acabando.

Então quando os sobreviventes falam que estão ficando sem água e comida, tudo que quem assiste pode fazer é falar “então tá, né” e seguir em frente.

Como funciona a transformação

Em um determinado momento é falado que as pessoas infectadas levam 15 dias para se transformar em monstros, mas existem casos em que a pessoa se transforma logo depois de manifestar os primeiros sintomas. Então ficou meio confuso. Afinal de contas, quanto tempo realmente leva para essa transformação? 

O monstro em cada um de nós

O que achei interessante em Sweet Home é que essa transformação parece estar diretamente ligada aos desejos ou pecados da pessoa. É uma forma de a história mostrar para o público que o que nós desejamos, sem controle ou freios morais, pode nos transformar em monstros também.

Vale aqui uma nota sobre um dos monstros. Um deles é um gigante todo deformado que sai correndo por aí literalmente gritando “proteínaaaaa”, e foi impossível não pensar que talvez aquela pessoa já tivesse sido alguém extremamente vaidoso, que amava uma academia e focava e fazer o monstro sair da jaula (BIRL!). 

O visual

Quem me conhece sabe que eu sou muito cagona pra qualquer coisa que seja de terror, mas eu não tive problema com Sweet Home.

Na verdade, o que mais me causou incômodo aqui foi a quantidade de sangue em cada um dos episódios. Não só isso, mas também o design de som construído em volta desse tema. Chegou até a me deixar enjoada. Então se você é sensível a esse tipo de coisa, eu te aconselho a passar longe desse dorama, porque você não vai aguentar assistir.

A fotografia da série, apesar de ser de terror/suspense, foca nas cores mais quentes, mas sempre com a saturação bem pesada. As poucas cenas que mostram o lado de fora também se apoiam bastante no CGI. 

E por falar nisso…

CGI e efeitos práticos

Os monstros, assim como grande parte da paisagem, são feitos em CGI que, sendo bem honesta, precisam melhorar, mas não chegam a ser insuportáveis de ver.

Efeitos práticos também foram usados. Maquiagem pesada e próteses fizeram parte desse universo monstruoso também. E eu arrisco dizer que gostei mais das criaturas que não contaram com computação gráfica para virar realidade.

A atuação

Eu achei okay, e é isso. Song Kang como Cha Hyun-Su, a garota descolada Yoon Ji-Soo (Park Gyu-Young), a bombeira badass Park Yoo-Ri (Go Yoong- Jung) fazem um ótimo trabalho. Os outros personagens honestamente não me despertaram muito interesse.

Preciso dar uma atenção especial ao Lee Jin-Wook que fez o gângster: ele era o caótico neutro da parada. O cara malvado que tem um passado traumático, um cara enigmático de quem você tem medo. Porém, não sei dizer se foi algo na direção, mas em vez de ele passar essa imagem de gângster malvado, ele passa a série toda dando a impressão de que ele está passando por um problema grave de constipação.

Essa expressão da foto? É a cara dele. O tempo todo.

Aliás, já que estamos falando de dublagem, acho que vale dizer que eu assisti dublado. A dublagem está tão boa que chega até a melhorar a atuação de alguns haha.

Trilha sonora

Não é algo que tenha me chamado a atenção, a não ser quando eles colocam Warriors do Imagine Dragons para tocar nas alturas em uma cena que não combina nem um pouco com a letra ou com o ritmo. 

Mas foi tão engraçado que eu achei que valia dar uma nota sobre isso.

Sweet Home  VS Among Us

Vi algumas pessoas comparando esse dorama com Among us, e eu posso ver a correlação aqui.

Enquanto no jogo você está preso em uma nave espacial, e a tripulação deve fazer tarefas para consertá-la enquanto um ou dois impostores tentam matar todo mundo, em Sweet Home os moradores ficam presos no prédio, sem poderem sair, com monstros e infectados entre eles, precisando também realizar tarefas para lutar pela sobrevivência.

Recomendo ou não?

Bom, eu escrevi um texto gigante sobre a série, então a resposta é sim.

Apesar de ter os seus problemas, é uma boa opção se você quer ver algo um pouco diferente dos doramas fofíneos que eu costumo indicar aqui. É interessante, tem algumas mensagens bacanas ali no meio e outros momentos que podem fazer quem tem um coração mole chorar.

Sweet Home é um dorama que você pode assistir para se entreter e talvez rir de cenas que beiram o trash proposital.

Não esquece de seguir o Universo 42 nas redes sociais:

Instagram YouTube Facebook

Nerd: Beatriz Napoli

Devoradora de livros, publicitária apaixonada, tem dois pés esquerdos e furtividade 0 para assaltar a geladeira de madrugada. Se apaixona por personagens fictícios com muita facilidade, mas não tem dinheiro para pagar o psiquiatra que obviamente precisa.

Share This Post On