Sobrevivi a #cpbr8

Quando se vai à uma Campus Party, é esperado que algumas coisas aconteçam:  a famosa dança das cadeiras, Campus B, virar noites jogando games, baixar o “mundo” com a internet rápida.

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Toda as vezes que vou uma nova edição da campus, me questiono se algo vai me surpreender. Fico cheio de dúvidas e “mimimis”, admito. Muitas coisas mudaram deste da primeira edição e todo aquele impacto de novidades e mundo novo que fazem os olhos de muitas pessoas brilharem, hoje infelizmente, não tenho mais.

O primeiro dia sempre me deixa com um pouco de frio na barriga, aquela sensação de ter feito uma escolha errada e me arrepender. Este ano em particular doeu ainda mais, porque diminuíram um dia e como toda a pessoa mimada durante anos, me senti um pouco traído por não terem falado nada.

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No segundo dia começo a reencontrar amigos “anuais” de longa datas. Confesso que parar por algumas horas para colocar o assunto em dia, saber o que eles tem feito e por que decidiram vir ao evento mais uma vez, me deixa um pouco aliviado. Afinal fazer parte de um grupo, mesmo que seja pequeno, costuma tranquilizar as pessoas.

No terceiro dia tenho aquela sensação de que tudo está repetindo, e sinto um pouco de nostalgia ao ver algumas áreas ao ver desafios de hackathon que já ganhei se repetindo.  E ao mesmo tempo, um pouco de desconforto ao perceber as poucas novidades (comparando com a edição anterior) e a dificuldade de me encaixar em grupos que estão “encantados” demais para falar sobre outros assuntos além daquela palestra que se repete todo ano.

No quarto dia finalmente estou me sentindo desafiado: um workshop novo, algo que nunca tinha feito sai da teoria e começa a tomar forma. Me perco entre ideias e erros no meio do projeto. Me sinto extremamente vivo ao fazer algo que não tenho domínio. Finalmente viro minha primeira noite sem notar, apenas lendo, estudando e testando para ver até onde consigo chegar. Pode parecer estranho, mas me sinto do mesmo jeito de quando ganhei meu primeiro computador, 0 331 IBM com WIN95: simplesmente VIVO!

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No quinto dia os amigos “anuais” me procuram novamente, querem falar tchau e comparar o que rolou nessa edição com as anteriores. Acho que são poucos os “sobreviventes“, esse pequeno detalhe pode unir pessoas como se fossem irmãos. Nesse dia tivemos uma surpresa, o show de encerramento foi inesperado e muito bom. Já fazia algumas edições que eles não acertavam em fazer algo tão bom (nas últimas três pelo menos). Na madrugada já começam os abraços e as despedidas. Todos empolgados, mas ninguém dá certeza que na próxima estará lá. Não sei se consigo descrever como seria essa despedida: você se despede já com o pensamento de que talvez nunca mais veja as pessoas que pelo breve momento de uma semana, fizeram parte de sua vida com tanta informação e experiência.

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Nunca penso muito no sexto dia, apenas sei que algumas pessoas foram embora, o camping está vazio e o meu pequeno paraíso destruído. Meu mundo, onde me sinto rei, terminou e simplesmente estou voltando para a vida normal, onde pessoas não costumam entender o que eu falo ou me chamam de louco sempre que questiono a realidade do pode ser feito. Acaba sendo algo mecânico, algumas pessoas vão embora por acharem que o último dia é triste ou inútil, já que não tem nenhuma atividade. Mas sempre fiz questão de ficar, almoçar e ir embora. Acho que me sentiria mal se quebrasse esse ritual.

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Sempre recomendo a todas as pessoas que gostam de tecnologia a ter pelo menos a experiência de uma CP. Isso abre um pouco sua mente ao descobrir que existem muitas pessoas que sabem mais do que você e muita coisa a ser aprendida. Acho que todos os anos encarar isso e a cada ano perceber que o mundo esta mudando rápido e você precisar estudar muito para acompanhar tudo tais mudanças, são para poucos SOBREVIVENTES!

Nerd: Richard Brochini

Richard Brochini, 31 anos, trabalha há 13 anos com desenvolvimento de projetos para TI. Cientista maluco, dronemaker e gamer :D Para entrar em contato: http://richard.brochini.com/

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