A poucas horas do término do prazo de inscrição no 1º Mundial de SMITE no ano passado, um grupo de jovens trocava mensagens freneticamente no sul do país. Além de todos desafios já conhecidos de quem se dedica ao e-sport, como ter o apoio da família e conseguir autorização para estudar menos e jogar mais, eles tinham que juntar 5 jogadores que pudessem participar do mundial e, entre outras coisas, dar um nome pro time. Nascia assim a equipe de SMITE mais pica das galáxias do Brasil.
Isso, mais uma rodada de mensagens e a espantosa lógica humana, criaram um dos nomes mais bacanas de times dos últimos tempos: We Love Bacon.
SMITE
Lançado em setembro do ano passado na X5 Mega Arena, e distribuído no Brasil pela Level Up numa parceira com o estúdio que criou o game Hi-Rez, o SMITE é um M.O.B.A. (Mobile Online Battle Arena) que traz o universo de deuses da mitologia de países diferentes para um jogo em terceira pessoa.
Com 61 Deuses e Imortais de 7 panteões diferentes da mitologia chinesa, egípcia, grega, hindu, romana, maia até a nórdica, SMITE oferece 7 modos de jogos, mais 4 classes e 5 tipos personagens em 4 rotas diferentes.. Ufa!
We “WAS” Bacon… Agora INTZ!
INTZ SMITE: Quem é quem
18 anos – Joinville
Tipo de Mitologia que mais curte: Nórdica
Personagem preferido na mitologia: Ratatosk (Nórdico – O Fofoqueiro da Yggdrasil)
Personagem no Game: Vamana (Hindu – Quinto Avatar de Vishnu)
Nathan “Nann” Broca
18 anos – Itajai
Tipo de Mitologia que mais curte: Egípcia
Personagem preferido na mitologia: Thor (Nórdico – Deus do Trovão)
Personagem no Game: Anúbis (Egípcio – Deus dos Mortos)
Gonçalo “aimlesss” Ferreira
24 anos – Portugal – Curitiba
Tipo de Mitologia que mais curte: Grega e Nórdica
Personagem preferido na mitologia: Odin (Nórdico – O Pai-de-Todos)
Personagem no Game: Rá (Egípcio – O Deus Sol)
Carlos “PIBE” Ibarra
23 anos – Curitiba
Inca – Maia
Tipo de Mitologia que mais curte: Grega e Nórdica
Personagem preferido na mitologia: Thanatos (Grego – O Punho da Morte)
Personagem no Game: Ares (Grego – Deus da Guerra)
Gianlucca “qe3q” Severo
16 anos – Canoas
Tipo de Mitologia que mais curte: Egípcia e Nórdica
Personagem preferido na mitologia: Freya (Nórdico – Rainha das Valquírias)
Personagem no Game: Onúris (Egípcio – Assassino de Inimigos)
Como virei um “SMITEr” ( Se é que isso existe!)
A história dos jogadores do We Love Bacon, que hoje formam o time de SMITE da INTZ e atualmente os melhores do Brasil, tem um ponto em comum: todos são apaixonados por mitologia. Eles conversaram com o NN na Game House aqui em SP.
1. As vésperas do Dia dos Namorados, nada mais oportuno que descobrir como foi este “primeiro amor” pelo Smite. Como vocês conheceram este game?
OReiTroll – Eu sempre gostei de jogos de tiros, com mira, aí vi o vídeo do jogo, gostei muito e fui atrás de jogar.
Nann – Eu sempre gostei de jogar para passar o tempo com os amigos. Jogava CS 1.6 e recebi uma Beta Key para SMITE, fiquei brincando e continuei desde então…. ao todo já são 3 anos. Eu jogava Dota, quando ainda era uma extensão do Warcraft.
qe3q– Eu também vi um vídeo e o que me atraiu foi que vi que era um MOBA sobre mitologia e em 3a. pessoa! De lá pra cá são uns 2 anos jogando!
aimless – Eu cresci sob influência do meu pai que é hard user de todo tipo de game, sempre testando tudo. Quando Smite apareceu, eu já era apaixonado por mitologia, vi num canal do youtube e comecei a jogar.
Pibe – Eu vim do CS 1.6, que joguei por 4 ou 5 anos e também curto mitologia.
2. Algum de vocês estuda?
qeq3 – Eu! Porque meus pais me pediram para não abandonar os estudos.
Pibe – Eu tranquei a faculdade por enquanto.
Nann – Só o qeq3 estuda!
3. E como formaram o time?
Nann – Nos jogávamos faz tempo, e como em SMITE você tem modalidades que podem ser jogadas de 3 a 5 jogadores, eu e o OReiTroll estávamos sempre jogando juntos e em primeiro nas tabelas. O segundo time era o Pibe e o aimless. Resolvermos juntar e agregar qe3q, que jogava mais com os gringos. Aí formamos o time.
4. E como foi que escolheram este nome We Love Bacon?
Pibe – Eu sou vegetariano e não tínhamos um nome pro time, aí o Nann e o OReiTroll decidiram na brincadeira.
Nann – Ele não tem proteína! (risos).
Nann – Nos tínhamos que fazer o cadastro até meia noite e saiu na brincadeira, pois pelo Pibe ser vegetariano ele não comia bacon.
qe3q – Os gringos adoravam este nome!
5. Mas como foi chegar na INTZ?
Nann – Ah.. Começamos a jogar juntos e jogamos muito bem, aí ganhamos todos campeonatos em que participamos e vencemos a regional brasileira durante a Comic-Con Experience (CCXP2014), chegando no mundial onde ficamos em 5o. Lugar. Nosso nível é mundial e isso atrai organizações como a INTZ.
6. Recentemente tivemos várias movimentações de jogadores entre os times no League of Legends. Caso acontecesse algo parecido com vocês, como está o cenário competitivo? Há bons jogadores disponíveis?
Pibe – Não, são poucos. Mas podemos citar o Milk.
Nann – Verdade, ele joga muito bem, mas ele não quis evoluir como Pro.
7. Ainda é grande a barreira dos pais na vida dos Pro Games? Qual é a maior dificuldade?
Nann – Sim, ainda é complicado, falta o incentivo dos pais que não enxergam o e-sports como uma profissão.
OReiTroll – Há muita cobrança.
8. Mas vocês enxergam alguma forma de mudar esta visão e ter mais apoio da família?
OReiTroll – Sim. Dinheiro.
Pibe – Contrato, infraestrutura, isso dá mais segurança aos pais.
Nann – Isso mesmo, somente quando o Pro começa a ganhar é que os pais percebem a seriedade.
9. O time tem algum patrocinador?
Nann – Fechamos com nosso primeiro patrocinador, a Cougar. É sempre importante termos subsídios para manter o time.
10. Vocês não moram juntos, não ficam full time numa Game House, como fazem para treinar? Existe alguma rotina? Ou ligam o PC e ficam chamando os outros por comunicadores ( WhatsApp, FB Messenger, Skype, sinal de fumaça). Contem um pouco da rotina.
Nann – É mais ou menos isso: você acorda, liga o pc e loga na TS (TeamSpeak) e ai cada um já sabe que o outro está online.
OReiTroll – Usamos tudo.. Até sinal de fumaça.
Qe3q – Eu como estudo só chego mais tarde…
11. E como está o mercado brasileiro? Vocês podem comentar como é o papel da Level Up?
Nann – No começo a gente tinha um receio por eles serem voltados para games mais populares, mas com o Smite na Level Up, eles começaram a organizar mais campeonatos e dar incentivos. Ainda falta uma agilidade nas atualizações, mas funciona bem.
OReiTroll – Não influencia muito porque não tem como prejudicar este jogo. O jogo é muito foda!
12. Rola problema de servidor e estas paradas?
Nann – Raramente temos leg. Mas as vezes tem alguma coisa errada com servidor. Normal de games online.
Caique (INTZ) – Se não me engano, jogamos com menos ping que nos EUA. Lá fora costuma ser de 70 e aqui 30 e 40, mas chegamos a jogar com ping de 14.
13. Vocês tem dificuldade para treinar? Em ahar outros times online e com um bom nível?
Nann – Sim. Sempre rola umas dificuldades para treinar. Teve uma época, até bem pouco tempo atrás, que os times não queriam jogar com a gente porque a gente ganhava tudo, aí eles organizaram meio que um boicote. Ai tínhamos que criar alternativas, como o jogo oferece vários modos diferentes e o pessoal em geral joga mais para se divertir pois tem mais opções. Procuramos jogar o mesmo estilo de jogo e quando jogamos com os outros é mais para se divertir. Agora estamos mais organizados, já temos horários com outros times. Agora que entrou na liga profissional a coisa ficou séria.
Pibe – No geral o jogo continua sendo o mesmo em qualquer modo.
Caique – Basicamente só tem um mapa profissional e o resto é brincadeira.
14. E mesmo com menos de um ano de existência, como vocês que jogam desde o começo enxergam esta evolução do cenário profissional de SMITE?
Nann – Tem uma diferença já. Ano passado tinha um desnível maior, como um degrau, os muito bons e os iniciantes, nossos principais rivais eram os times de fora, pois não tínhamos oponentes aqui. Hoje só temos a Keyd no cenário profissional mais sério.
15. Para finalizar vocês gostariam de falar sobre algo que eu não tenha perguntado?
OReiTroll – Apoio dos familiares. Tentar não dizer não sem entender ou ver o que o filho está jogando. As vezes precisa, está certo, mas precisa haver mais dialogo para entender mais o que o filho está jogando.
Nann – Muita gente joga bem e é muito nova. Mesmo os jogadores, eles precisam dos pais, para que eles possam pensar em como ajudar com contratos e outros pontos que ainda não temos experiência. Não ir e simplesmente tirar o filho do computador e não deixar ele jogar. Falta diálogo!
Todos concordaram com esta mensagem e finalizei a entrevista pois era uma daquelas noites paulistanas bacanas, em que vai esfriando de mansinho e todo mundo estava só de camiseta do uniforme para foto batendo os dentes.
Na mesma semana em que deram esta entrevista o time de SMITE faturou o 2º lugar na Smite Masters: São Paulo, perdendo apenas para os americanos da AFK Gaming com partidas eletrizantes.
Agradecimentos especiais a INTZ que sempre nos recebe na Game House, permitindo acesso aos jogadores, fotos e disponibilizando o maior número de informações possíveis. Neste caso em especial ao Caique Henriques, do time do Marketing, que é o “anjo da guarda” por lá e contribuiu em algumas resposta dadas pelo time.
VALEU!
Sentiu falta de entender mais sobre SMITE?
Cola nas Redes da INTZ!