Skinamarink: Canção de Ninar é um tédio experimental

Sabe aquela ideia de que o terror não precisa mostrar muita coisa pra assustar? O filme Skinamarink : Canção de Ninar levou essa ideia à sério demais.

O longa, que se preocupa mais em mostrar cenários do que personagens, retrata uma espécie de pesadelo ou imaginação infantil. O objetivo é ser o mais subjetivo possível mesmo, isto é, cada pessoa que assistir pode interpretar as imagens da forma que lhe convém. 

Por possuir pouquíssimas falas e não permitir que o expectador veja direito a fisionomia dos personagens, o cenário e as distorções dele são tudo que se tem para entender o propósito da obra, que aparentemente mostra duas crianças sozinhas em casa, provavelmente de madrugada, tendo que lidar com uma criatura sobrenatural e mudanças em casa como portas e janelas que desaparecem do nada. 

Se é real ou não, não dá pra saber. Pode ser apenas fruto da fantasia das crianças. Afinal, qual criança nunca teve medo de escuro? 

Apesar de ser interessante nos fazer reviver nossos medos de criança e ter um aspecto nostálgico e macabro ao mesmo tempo, Skinamarink não vai agradar a maioria. 

São uma hora e quarenta minutos cansativos de assistir. A forma escolhida para desenvolver a ideia funcionaria melhor num formato de curta. Para um longa metragem, além de desnecessário, fica muito monótono. O filme perde minutos mostrando um objeto, paredes, tetos, pisos, ou partes deles. 

A proposta é ser um terror experimental, inovador, com ar de cult. E o problema está justamente aí. O diretor Kyle Edward Ball, que também é o roteirista, se preocupa mais em fazer algo transgressor do que em contar uma boa história.

Prefere que seu longa de estreia seja lembrado como diferentão do que como aquele que possui uma trama inesquecível. Em outras palavras, focou tanto em criar a atmosfera que esqueceu que um filme é muito mais do que sua estrutura. 

Para não dizer que não tem pontos positivos, os efeitos sonoros se fossem aliados a um bom roteiro, teriam bastante potencial para construir um clima de suspense e terror. E a forma de filmar como se fosse gravação amadora lembra Atividade Paranormal.  A diferença é que esse outro filme de terror é muito mais do que isso. 

Trechos de Skinamarink vazaram na internet durante sua exibição no festival de cinema espanhol antes da data de lançamento pensada pelos distribuidores e acabou viralizando no TikTok em época de Halloween. Só que para o formato do TikTok, que são vídeos curtos, realmente a proposta funciona, mas como dito aqui antes, para um longa vira um tédio só. 

Se você curte filmes nessa proposta experimental, pode ser até que goste. Se não, passe longe dele, pois com certeza não vai te agradar. 

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Nerd: Fabiana Zau

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