Shazam 2 entrega o que promete mas escorrega ao pensar no futuro

Shazam talvez precise ser reiniciado para alcançar uma narrativa mais envolvente a partir de The Flash, já que Shazam: Fúria dos Deuses tropeça em seus esforços para entreter. Mas isso não quer dizer que Shazam 2 não diverte.

Os acertos de Shazam 2

Muitas vezes tudo o que esperamos de um filme é que ele cumpra com suas promessas e entregue o que foi proposto, e é isso que “Shazam 2” faz muito bem. Sem precisar se vangloriar de restabelecer um nível de poder ou algo grandioso assim, ele acerta em tudo que o primeiro filme já havia acertado e ainda amplia seu escopo, explorando com ainda mais profundidade os traumas de Billy Batson. É um filme que cumpre o que promete e não tenta ser mais do que é. E isso, muitas vezes, é o suficiente para nos proporcionar uma experiência cinematográfica satisfatória.

O primeiro filme de Shazam foi uma emocionante combinação de drama, humor e ação. Mas, além disso, o filme também entregou um toque de pastelão que acrescentou um elemento divertido à narrativa. E isso se mantêm em Shazam 2.

Uma das grandes surpresas do filme foi a presença de três vilãs bem distintas uma das outras. Cada uma delas tinha sua própria personalidade e estilo, o que criou uma interação interessante e dinâmica entre os personagens. Esse contraste também reforçou uma das grandes mensagens do filme, que é a de que não existe família perfeita (inclusive a família SHAZAM).

Assim como os vilões, cada membro da família de Billy Batson tem suas próprias falhas e desafios, mas juntos eles se tornam mais fortes. O filme nos ensina que a verdadeira família é aquela que nos apoia e nos ama apesar de nossas imperfeições.

O roteiro engraçado não se leva muito a sério. No entanto, a partitura do filme, composta por Christophe Beck, insiste em um tom mais pesado. Essa mistura desajeitada de tons pode parecer um pouco estranha à primeira vista, mas é precisamente essa combinação que cria uma piada bizarra e maravilhosa em um dos momentos mais marcantes do filme.

Quando um mago grisalho interpretado por Djimon Hounsou invade o sonho erótico do protagonista Billy Batson, a cena assume um tom muito mais sério do que o resto do filme. Mas é exatamente essa mistura desajeitada que torna a cena tão hilária, especialmente quando a cabeça do mago é fundida aos seios banhados em bronze da Mulher Maravilha.

Os erros de Fúria dos Deuses

Shazam 2 enfrenta um problema, pois suas melhores ideias foram utilizadas no primeiro filme lançado em 2019. O diretor Sandberg e o roteirista Henry Gayden foram agraciados com baixas expectativas, mas conseguiram agradar ao público ao mostrarem a história de Billy Batson, um jovem de 14 anos que se transforma em um super-herói sempre que grita a palavra mágica. O primeiro filme foi capaz de emocionar ao mostrar a criança solitária abraçando sua família adotiva e compartilhando seus poderes com outros órfãos, além de proporcionar momentos de comédia ao ver o adolescente em um terno adulto descobrindo as vantagens e desvantagens de ter grandes poderes. Enquanto os Vingadores são vistos como policiais arrogantes de shopping que querem vender produtos, o Shazam é um delinquente juvenil que rouba a dignidade dos outros.

Levi, o ator que interpreta o Shazam, tem um charme idiota e malandro que lembra mais comerciais de cerveja do que super-heróis. Ele é um comediante físico talentoso e divertido, mas sua imbecilidade constante não funcionará à medida que o personagem envelhecer e amadurecer. Infelizmente, o arco do personagem parece ter sido mal desenvolvido e pouco interessante. O roteiro, escrito por Gayden e Chris Morgan, traz muitas distrações, incluindo seis super-irmãos, três deuses gregos, várias raças de bestas mitológicas, dois pais, um mago e um romance sem graça entre Anthea e Freddy Freeman. Jack Dylan Grazer, que interpreta Freddy, tem um talento promissor e conexões na indústria, graças a seu tio, o produtor Brian Grazer.

Após duas horas de filme, o protagonista (Zachary Levi) finalmente assume o nome de Shazam!, que representa sua habilidade de canalizar os poderes combinados dos deuses Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio. Algumas pessoas, incluindo eu, podem argumentar que Salomão e Aquiles tecnicamente não são deuses – e que, por consistência, Mercúrio deveria ser chamado de Hermes – mas qual é o ponto quando um cara com a suposta sabedoria de Salomão começa o filme balbuciando: “Eu sou um idiota!”?

Mas vamos ao que vocês querem saber: tem cena pós crédito? Tem! Duas, e James Gunn já aproveita pra deixar a dica do futuro do DCU.

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Nerd: Carlos AVE César

Apaixonado por Criatividade & Inovação! Desde pequeno sempre gostei de fazer listas de filmes que tinha assistido, debater teorias e opinar sobre tudo. Em 2012 criei uma Fan Page de GOT, uns malucos botaram fé no que eu falava 1 ano depois montei um site de cultura nerd. Hoje divido meu tempo criando conteúdo para o Universo42 e estratégias de crescimento para a SKY Brasil.

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