Seus Ossos e Seus Olhos tem boa premissa e resultado esquecível

O drama brasileiro Seus Ossos e Seus Olhos é dirigido e escrito por Caetano Gotardo e conta a história de Antônio (Wandré Gouveia), um jovem cineasta que mora na cidade de São Paulo e precisa lidar com os encontros e desencontros de sua vida e rotina.

Ele convive com 3 pessoas ao longo do filme. Logo no início, o público conhece Irene (Malu Galli), uma amiga de longa data, mas que mantém um relacionamento simples, embora respeitoso.

Também conhecemos Álvaro (Vinícius Meloni), o namorado de Antônio, mas que ambos deixam claro que este é um relacionamento aberto. E por último, o público conhece Matias (Carlos Escher), seu companheiro casual, onde eles mantem uma relação pautada unicamente em sexo.

A premissa de Seus Ossos e Seus Olhos é muito interessante e que poderia extrair algo vistoso do cinema independente brasileiro, onde a cidade de São Paulo é um personagem sempre presente de um filme claramente simples e com poucos recursos.

Praticamente são os mesmos personagens que o público vê em tela, as locações são reais e basicamente são a metrópole de São Paulo e as devidas casas dos personagens.

Sem contar que o elenco é muito bom, nada de extraordinário, mas que, ao menos, cada um se esforça para entregar o melhor possível.

E considerando a trama principal, o filme poderia – e até tenta – fazer uma ode ao amor livre, afinal, temos um protagonista com relacionamento aberto, dividido entre dois homens e considerando uma sociedade que se mostra conservadora, a direção e o roteiro foram muito corajosos na abordagem e em algumas cenas, já que vemos momentos sensuais e sexuais sem pudor e sem medo de julgamentos.

Mas não tudo isso não torna o filme necessariamente bom e de boas intenções o inferno está cheio. O filme não segue a chamada jornada do herói, mas não justifica que o espectador acompanhe por um bom tempo um protagonista sem carisma ou propósito. Ele pula de pessoa em pessoa e o público dificilmente vai se identificar, independentemente da ideologia.

Mas é injusto apontar apenas para o protagonista, pois alguns detalhes técnicos são perceptíveis mesmo em um longa modesto desse: muitos diálogos são rasos e os personagens são pouco aproveitados, sem contar na montagem estranha e cortes sem sentido. Quando há alguma esperança de envolvimento do espectador e conexão com alguma cena, a montagem corta sem dó e torna este filme como uma colcha de retalhos.

E por mais que os atores se esforcem nos papéis, Gotardo não faz uma boa direção de elenco. É louvável sua luta e seu cinema de guerrilha, mas alguns detalhes podem ter um capricho melhor não importa seu orçamento.

Seus Ossos e Seus Olhos tem uma boa ideia na mão e um cinema feito na raça, mas fica difícil se conectar com algo tão vazio e superficial com um tema tão atual, mas ainda assim com boa intenção.

Fica para a próxima.

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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