Sequestro Relâmpago, o novo filme da diretora Tata Amaral, é muito mais que apenas uma reflexão sobre a insegurança na capital paulista. Nele podemos sentir a frustração de todos os personagens, os motivos e o desespero de cada momento são explicitamente claros, alguns vão contestar, achando um pouco exagerado a “ficção”, mas se você pensar bem e conversar com pessoas que ja sofreram um sequestro relâmpago ( sim, infelizmente não foi difícil achar uma para falar), vai notar que a vida real pode ser bem pior do que foi mostrado, sendo que algumas vezes a diretora optou por cenas mais leves, para ajudar o espectador a “digerir” melhor toda a angústia e sensação de impotência que é passada.
Esse não é um filme indicado para alguém assistir sozinho, ou em uma sexta-feira a noite antes de ir para um bar ou balada com os amigos. É um filme para absorver e refletir, perfeito para um domingo a tarde. Não espere sair bem ou animado, o sentimento que você vai carregar é de insegurança e frustração. Algo que já todos temos um pouco na condições de brasileiros, mas as vezes escondemos e deixamos lá no fundo guardado.
A trama começa de um jeito leve, mostrando a cidade de São Paulo na famosa hora do rush. Com cenas aéreas e personagens mostrados ao acaso, ainda não fica claro o que vai acontecer, aos poucos temos uma linha de raciocínio criada, no meio do trânsito da cidade conhecemos Isabel (Marina Ruy Barbosa), aos poucos vamos “descobrindo” essa personagem, e através dos pequenos detalhes mostrados nas próximas cenas que nos fazem criar empatia por Isabel: a placa de vende-se no carro, sair do trabalho mais tarde e se trocar no meio do trânsito para encontrar seus amigos. Tudo algo bem comum, mostrando que nossa personagem não tem nada de especial, todos podemos ser tão vitimas quanto Isabel.
Após encontrar seus amigos no bar e tomar a decisão de sair sozinha, no caminho de volta para seu carro Isabel é surpreendidas por marginais. Um ponto interessante nessa parte do roteiro é que, sempre achamos que pessoas “estranhas” ou de aparência suspeitas podem nos assaltar, mas como mostrado no filme, ela foi abordada por um cara nem pouco suspeito.
Após a abordagem e o susto, temos nos próximos minutos de filme o que seria uma montanha russa emocional. Cheio de altos e baixos, nossos nervos pouco aguentam tudo o que acontece. Momentos simples e calmos são sempre cortados bruscamente por cenas fortes e de grande impacto, o olhar geral no cinema é de surpresa e muitas vezes de raiva. Não espere um final feliz, como falado anteriormente a realidade pode ser bem pior que ficção.
A estréia de Sequestro Relâmpago nos cinemas está marcada para o dia 22 de novembro em todos os cinemas.