“Sem Coração”: Reflexões sobre Adolescência e Desigualdade em Alagoas dos Anos 90

Ambientado na Alagoas dos anos 90, o filme brasileiro “Sem Coração” narra sua história através da perspectiva de adolescentes. Escrito e dirigido por Nara Normande e Tião, o filme captura as fases tumultuadas da adolescência por meio de uma narrativa cheia de altos e baixos.

No centro da trama está Tamara (Maya de Vicq), uma jovem alegre com vários amigos, vivendo seus últimos momentos em uma cidade litorânea de Alagoas antes de mudar-se para estudar. Em meio a seus dias com amigos, ela ouve falar de uma jovem conhecida como “Sem Coração” (Eduarda Samara), um apelido dado devido a uma cicatriz no peito de uma cirurgia, tornando-a uma espécie de monstro local. “Sem Coração” é uma menina solitária que ajuda seu pai, um pescador, em seus trabalhos de pesca e entregas.

Tamara vive, brinca e se apaixona, mantendo-se cercada de amigos menos abastados, preferindo suas companhias para invadir casas vizinhas onde assistem fitas pornográficas—um retrato dos anos 1990 quando a pornografia ainda não estava tão acessível. Ela também se aventura em acampamentos em hotéis beira-mar abandonados e mergulha no mar diariamente.

A história também acompanha Tamara em diversos diálogos com Binho (Kaique Brito), um menino gay que sofre nas mãos de adultos locais homofóbicos violentos. Ela igualmente desfruta da companhia do engraçado Galego (Alayson Emanuel), cujo sorriso e alegria escondem uma vida de crimes, abuso e principalmente violência e abandono por parte do pai. O filme mostra Galego tentando esconder suas fragilidades e medos, que se tornam evidentes à medida que a trama avança.

Tamara segue observando atentamente “Sem Coração”, uma pobre menina local que luta para sobreviver, trabalhando para ajudar seu pai até em festas da cidade. “Sem Coração” incentiva seu pai a ficar com uma mulher da festa, destacando a diversidade das dificuldades da vida, a falta de instrução básica e a escassez na vida do pai e da filha, que cuidam um do outro.

O filme culmina com a sensação de que não acabou e que muitas histórias ainda poderiam ser contadas nesse litoral de Alagoas, deixando o espectador com a impressão de que muito mais poderia ser visto.

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Nerd: Simone Paula

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