Fala, pessoal. Tudo bem com vocês?
Venho mais uma vez trazer uma recomendação de leitura!
Esse aqui é meio velhinho (Reiniciados foi lançado em 2012, quase 10 anos atrás!) e foi escrito por Teri Terry, mas trás uma história distópica e muito cheia de mistérios.
“As lembranças de Kyla foram apagadas, sua personalidade foi varrida e suas memórias estão perdidas para sempre. Ela foi reiniciada. Kyla pode ter sido uma criminosa e está ganhando uma segunda chance, só que agora ela terá que obedecer as regras. Mas ecos do passado sussurram em sua mente. Alguém está mentindo para ela, e nada é o que parece ser. Em quem Kyla poderá confiar em sua busca pela verdade?”
A história acontece em Londres, Inglaterra, no futuro. Há o pano de fundo político não muito definido no primeiro livro onde houve algo chamado de Coalizão Central, após uma grande recessão econômica em 2020. Onde jovens insatisfeitos com o governo foram às ruas protestar. Mas o acúmulo da insatisfação acabou gerando mais revolta, o que acabou na criação de grupos terroristas. Para lidar com isso, o governo encontrou um “meio termo”, onde todos os criminosos eram condenados a perderem a memória, em vez de serem mortos.
Assim, tais pessoas poderiam receber a chance de começar uma vida nova. Mas sempre vigiados de perto.
A protagonista, Kyla, é uma Reiniciada. Adotada por uma família de pessoas importantes para o governo, ela começa a notar ao poucos que, do contrário de outros Reiniciados, suas memórias parecem não ter sido completamente apagadas. Algo parece ter permanecido escondido nos cantos mais obscuros de sua mente, lutando com todas as forças para sair.
Reiniciados gira mais em torno de quem é Kyla e o motivo de ela ser tão diferentes dos outros.
Como o livro é contado em primeira pessoa, e quem nos narra a história não tem a menor ideia de quem foi antes de ser reiniciada, nós como leitores também estamos tão cegos quanto ela. O que é extremamente eficaz quando a trama traz grandes cargas de mistérios inexplicáveis. E isso acontece o tempo todo.
Com escrita simples e sem muitas descrições e detalhes, a história anda muito rápido – às vezes até rápido demais. Você pode terminar de ler o primeiro livro em apenas dois dias.
Apesar de não adicionar muita profundidade neste primeiro livro, a autora usa de alguns recursos bem interessantes para fazer com que você fique tenso durante a auto-descoberta de Kyla. Um deles é o Nivo, um aparelho que todo Reiniciado é obrigado a usar e que mede seus níveis de estresse. Se a pessoa sentir qualquer emoção forte demais, como raiva ou angústia, os níveis despencam, e o chip implantado no cérebro dá um curto e ela simplesmente morre.
Esse pequeno aparelho rege e vida de qualquer pessoa que foi reiniciada. É através dele que o governo sabe onde e quando você esteve em algum lugar, se frequenta as aulas na escola ou não e, principalmente, como estão seus picos de emoções. Por isso a protagonista deve tentar se controlar o tempo todo para não ultrapassar os limites de seu próprio Nivo, e sempre seguir as regras. Mas o que acontece quando ela percebe que seu Nivo não se altera como o de outros Reiniciados quando está em alguma situação de estresse?
Lutei um pouco no começo do livro, pois ele pode parecer maçante se você não está completamente investido nele. Mas isso se deve ao fato de a própria protagonista não ter uma personalidade definida no começo, afinal, tudo que ela aprendeu na vida foi apagado. Então ela encara a vida da maneira mais preto no branco possível, até que ela começa a correr atrás de suas lembranças e do seu passado.
Revelações são feitas aos poucos, e eu posso dizer que ao final do primeiro livro, é impossível adivinhar o que vai acontecer no próximo. Acredito que a autora vá explorar mais sobre as regras desse mundo distópico e o desenvolvimento dos personagens em Fragmentada.