*Atenção. Esse texto contêm alto teor de humor negro e ácido sobre a comunidade otaku. Recomenda-se discrição ao ler.
Hello, my fellow nerds! Hoje temos indicação e mais um pouco sobre a minha vida incrivelmente desinteressante que ninguém está dando a mínima. Eu sei, mas compartilhar esses tipos de informações ajuda na profundidade da coisa, manja? Enfim, eu citei no meu texto do The Darkness que tive uma época de profunda vergonha, que foi a fase otaku, minha sorte foi que sai dessa vida antes que a coisa ficasse realmente ridícula (mas não me impediu de correr igual um retardado com os braços pra trás).
Isso é correr igual ao um retardado.
Enfim, em meados de 2008 o SBT começou a passar Naruto durante as tardes, e influenciado por amigos ( isso é, eu devia estar na terceira/quarta série), acabei achando muito foda! Cara, são FUCKING ninjas com jutsus míticos! BRO, eu naquilo num nível que hoje, eu não admitiria nem que me pagassem. Com o tempo, conheci muitos animes bons, como Death Note (o melhor que já vi nessa vida) e Bleach (o segundo melhor), mas conforme fui vendo a direção que a comunidade otaku estava tomando, decidi abandonar o hobby. Mas, como foi inevitável, numa conversa de amigos no Skype (Alô Mary! Alô Lucas!) acabei me defrontando com um assunto que eu não sabia absolutamente NADA! E perguntei:
‘’Pessoal, vocês estão falando do quê?’’
‘’Shingeki no Kyojin’.’
Achei que ia me deparar com mais um dos absurdos japoneses (meninas burras, meninas com peitões e bundões irreais, etc), mas pra não ser o segregado, decidi ver. E acabei quebrando a cara. Shingeki no Kyojin, ou pra nós que não damos a mínima pro nome japonês, Attack on Titan, é diferente de tudo que eu já tinha visto, apesar de ter alguns clichês. Antes recomendo que ouça a opening só pra entrar no clima, que vou deixar logo aqui em baixo:
Trilha Sonora do texto.
Attack on Titan narra a história em um mundo onde os predadores dos humanos finalmente apareceram, e se denominam Titãs. Seres humanóides sem pontos fracos aparentes, que acabaram forçando os humanos se refugiarem em três muros: Maria, Sina e Rose. Dentro desse contexto conhecemos Eren Jaeger (ou dependendo de onde baixar os episódios, Iaeger), Mikasa Ackerman e Armin Arlelt, órfãos (clichê) que tem como objetivo entrar na Tropa de Exploração, uma unidade militar que tem como característica ir para o mundo externo, atrás de explicações para a existência dos titãs e como eles surgiram no mundo. A humanidade se encontra no seguinte ponto: devido a ameaça superior, toda a raça humana está numa espécie de ‘’paz’’. Afinal, já tem um ser de 9 metros querendo te devorar, pra que guerrear com outro ser humano? E sem contar nas próprias perdas, chegando ao ponto do civis se indagarem se a Tropa de Exploração é uma unidade militar mantida com impostos confiáveis (cê tava achando que só porque a coisa tá feia do lado de fora, as coisas mudam? Nem ferrando, amigo.) Clichê ao extremo, eu tô ligado. Mas, a forma como o enredo se desenvolve é muito boa, com altas doses de violência e crueldade. Tenha noção, a mãe do Eren morre logo no primeiro episódio, e não é aliviado não, mostra o Titã devorando ela. Conforme você vai se aprofundando na história, mais personagens surgem e mais personagens MORREM NA SUA CARA. Eu não estou brincando, tem episódio que deviam chamar ‘’Attack On Titan, episódio 9’’ (se é que me entende). Mas até o anime tem seu ponto filosófico (não, não estou brincando). AOT trata bastante sobre humanidade, mito da caverna e liberdade. O ‘’mito da caverna’’ é descrita do segundo modo: 
Somos prisoneiros desde que nascemos e passamos o tempo todo olhando para a parede de fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Na parede, é projetada sombras de estátuas representando elementos do nosso dia-a-dia, pessoas, animais, objetos e afins, assim damos nomes, analisamos e julgamos as situações. Digamos que um prisoneiro seja forçado a sair da caverna e explore o mundo exterior, entraria em contato com a realidade e perceberia que a vida que vivia antes, era apenas imagens. Ele retornaria pra caverna diria pro seus conterrâneos o que viu e vivenciou, porém, seria zombado e chamado de louco. Não entendeu? Volte pras aulas de filosofia, isso é o resumo de Matrix e muitos outros filmes. Mas vou aliviar pra vocês, em resumo: vivemos presos na cultura, conceitos e informações que recebemos durante nossa vida inteira, e só podemos sair da ‘’caverna’’ que é nosso mundo, a partir do momento que nos libertamos destas influências. O mundo aonde AOT vive é esse. As pessoas não enxergam nada além dos muros, nada. Não há felicidade fora dos muros e toda sua vida deve ser vivida dentro das muralhas, menos para Armin, Eren e Mikasa.
O sentimento de perda é enorme dentro do universo da série. Pra você ter noção, um dos comandantes cita que a humanidade não teve uma vitória contra os Titãs em UM SÉCULO! E não se trata só na parte de operações militares. Sempre aparece algum personagem, ele se desenvolve, criamos um laço com ele e… ele é devorado por um titã (saudades Ned Stark, Robb Stark e afins). Porém, tem aqueles elementos básicos de animes que me dão no saco, como o certo exagero em alguns atos/diálogos apenas pra te passar ‘’emoção’’, seja ela qual for, desespero, tristeza, revolta. Por exemplo: Armin, Eren e Mikasa estão em perigo, e segundo o que é dito, eles só tem 13 segundos antes da proteção deles ir pro espaço e serem mortos. Esqueça, levam 20 minutos pra terem uma conversa chata pra caramba! O fechamento foi preciso. A primeira temporada (sim, primeira temporada, a segunda está em fase pré-produção) encerrou num ponto crucial e levantando MUITOS mistérios que serão (ou não) respondidos com o tempo. Atualmente, o mangá aqui no Brasil está na edição 5. Corre que dá pra fazer coleção. Ah, antes de fechar, fica a dica:
Após o décimo terceiro episódio, terá o 13.5, a menos que tenha esquecido de todo o começo (o que acho difícil), são 20 minutos perdidos. Não cometa o mesmo erro que eu. Attack on Titan é um daqueles animes que há muito tempo, não se vê por aí, vale a pena ver e passar pros amiguinhos sem medo de que achem que usa toquinha do Pikachu e vive falando “Kawai’“.
