O cinema brasileiro está prestes a ser sacudido por mais um grande título: “Passagrana”, dirigido e roteirizado por Ravel Cabral. Com estreia marcada para 19 de setembro de 2024, o filme já está gerando discussões e expectativas. Mas será que ele realmente vai se destacar no gênero ou será apenas mais um filme de assalto? Com uma trama que promete tensão, escolhas difíceis e um elenco de peso, Passagrana definitivamente tem todos os ingredientes para prender o público na cadeira.
A história segue quatro amigos — interpretados por Wesley Guimarães, Juan Queiroz, Elzio Vieira e Wenry Bueno — que, cansados de aplicar golpes menores, decidem planejar um assalto de proporções épicas. Essa mudança de escala e a encruzilhada em que o grupo se encontra criam uma narrativa cheia de adrenalina e reviravoltas. Mas é justamente essa ousadia que levanta a pergunta: será que eles estão prontos para o peso de suas escolhas?
Além do quarteto protagonista, o filme conta com um elenco que mistura veteranos e novos talentos: Irene Ravache, Caco Ciocler, Giovanna Grigio, Carol Castro, Marco Luque, Luciana Paes e Leandro Ramos. Essa mistura traz uma dinâmica interessante para a tela, que é dos grandes pontos fortes de Passagrana.
Tive a chance de assistir ao filme a convite da Disney, e posso dizer que o estilo visual do diretor Ravel Cabral é um dos destaques. A montagem ágil e a trilha sonora impactante criam um ritmo que te envolve do começo ao fim. O filme realmente se destaca na maneira como conecta os elementos visuais à trama, criando um senso de urgência que reflete as tensões entre os personagens. Contudo, se pararmos para analisar com mais profundidade, algumas lacunas no roteiro ficam evidentes.
Por exemplo, como é que um grupo que mal tem dinheiro para sobreviver consegue financiar toda a operação de assalto? E isso vai desde o aluguel do galpão até os equipamentos sofisticados usados nas gravações e os pagamentos dos atores contratados para fazer parte do esquema. Mesmo sendo personagens muito espertos e desenrolados, esse salto na lógica gera alguns questionamentos sobre a viabilidade das ações que eles executam no enredo.
Outro ponto que me chamou a atenção: após o assalto, os atores envolvidos nas gravações veriam o crime nos noticiários e, com certeza, ao menos um deles poderia desconfiar do esquema e, por medo ou qualquer outro motivo, entregaria tudo para a polícia. Esse é um dos detalhes que acaba escapando à lógica narrativa e que pode desconectar alguns espectadores da trama, especialmente aqueles que gostam de ver realismo nas histórias de crime e assalto.
Mesmo assim, Passagrana faz um ótimo trabalho ao te manter imerso na ação, a ponto de esses problemas passarem batido na maior parte do tempo. Com atuações sólidas e uma direção visual arrojada, o filme consegue convencer o público a embarcar na história, deixando de lado essas pequenas incoerências. Talvez não seja um clássico instantâneo, mas é, sem dúvidas, uma produção que merece atenção, tanto pela sua estética quanto pela capacidade de engajar o espectador em uma trama cheia de reviravoltas.
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