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Olá! O post de hoje é pros fãs de terror que, assim como eu, ficaram um tanto quanto decepcionados ao saber que o novo filme do Jason, que ia sair em outubro desse ano, foi cancelado. A página do Friday the 13th: The game (novo jogo da franquia Sexta-Feira 13) divulgou na página do Facebook deles uma matéria super bacana do site Movie Pilot falando sobre o filme que não vai mais acontecer, as expectativas deixadas por ele, os acertos do jogo e como a Paramount ter deixado os planos do filme para lá pode ter sido uma coisa boa. Achei tão boa que resolvi traduzir e trazer para vocês 😉
O que o novo jogo do Sexta-Feira 13 pode ensinar às amaldiçoadas produtoras dos filmes do Jason
Escrito por Dena Pech, conteudista do Creators.co
O reboot da Paramount do Sexta-Feira 13 vinha seguindo por uma longa estrada, mas finalmente chegou ao seu destino final. Sem maiores explicações (talvez a culpa seja de O Chamado 3?), a produtora decidiu deixar de lado os planos para o reboot até segundo aviso.
O Sexta-Feira 13 tem um forte legado. Os fãs de filme de terror estavam ansiosos para ver o que o reboot tinha pra contar sobre a história do assassino psicopata que usa uma máscara de hockey. Mas a franquia tem estado uma bagunça há um bom tempo.
O reboot de 2009 trouxe um Jason muito bem feito e algumas mortes bem legais, mas foi muito repetitivo. O filme podia se passar por metade das outras sequências da franquia, já que não trazia nenhuma novidade para os fãs que ansiavam por algo diferente.
Por outro lado, trazer algo novo não é só fazer uso de truques clichês (como os rumores do uso do conceito de found footage) ou criar uma história ainda mais complexa ao passado de Jason (como falar sobre o pai de Jason, outro rumor sobre o filme descartado). A Paramount acertou ao querer fazer outro Sexta-Feira 13, mas tiveram as ideias erradas.
Mas ainda bem que alguém descobriu uma forma de fazer essa franquia funcionar.
O novo jogo mantém a simplicidade e brutalidade
As produtoras de Hollywood deveriam buscar inspiração em Friday the 13th: The Game, o jogo que ainda está em versão beta, mas já está dando o que falar. O conceito do game é simples e direto, exatamente o que o novo filme deveria ser: o maníaco mata os campistas, e os campistas devem tentar escapar.
O jogo segue a linha do tempo dos filmes originais, mas traz algo de novo.
O legado da franquia de Jason é a inspiração para o jogo. O novo filme não deveria se esforçar demais por um novo conceito, mas sim levar em consideração o porquê do jogo chamar tanto a atenção dos fãs: O game é visceral, emocionante, incrivelmente arrepiante e – talvez o mais importante de tudo – divertido, homenageando a estética dos filmes originais – o tom, a atmosfera e a violência.
Manter o mistério do Jason é mais assustador do que nos dar cada detalhe da biografia dele
Nós sabemos o que acontece quando contam demais sobre o passado de um personagem nos filmes de terror: Acaba-se com todo o mistério e estranheza. O remake de Halloween de Rob Zombie e sua sequência são um exemplo de que ninguém quer ver mexerem tanto com o passado dos filmes. Michael Myers é chamado de “The Shape” por um motivo. Não nos importamos com o que aconteceu com ele. Quanto menos sabemos sobre ele, mais assustador ele fica.
Quanto ao Jason, a breve explicação sobre o passado dele já é o sufuciente para sabermos porque ele mata. Ele se afogou, depois sua mãe foi morta, e agora ele mata qualquer um que colocar os pés em Crystal Lake. A história dele é simples, e o novo filme deveria partir daí.
Quanto menos sabemos sobre ele, mais assustador ele fica. … A breve explicação sobre o passado dele já é o suficiente para sabermos porque ele mata.
O jogo segue a linha do tempo dos filmes originais, mas traz algo de novo. Além de jogar como os jovens instrutores do camping, você também pode jogar como Jason, com poderosas mecânicas que permanecem fiéis ao mistério de seu personagem. Ele se teletransporta, consegue escutar você há quilômetros de distância e sua natureza aterrorizante é bem representada.
Embora ainda não tenha sido lançado, os beta testers aprovaram com louvor o misto de nostalgia e inventividade. O jogo mantém a fórmula do terror old-school melhor do que nunca.
Os adolescentes deveriam ser personagens de carne e osso, não vítimas sem originalidade
No novo jogo, cada personagem tem um conjunto de habilidades específicas que fazem com que ele ou ela tentem sobreviver de maneira diferente dos demais. Por exemplo: um é rápido, o outro é inteligente – e tem o Tommy, que tem uma arma. Um novo filme poderia explorar mais as personalidades de cada um, apresentando protagonistas tridimensionais.
Como o jogo permite que joguemos com personagens bem diversos, tais mecânicas nos mostraram todo um novo lado da série. Todos os personagens podem ser mais do que só vítimas descartáveis.
Ao criar personagens mais desenvolvidos e tridimensionais, as cenas de morte não seriam apenas divertidas, mas também tristes.
Os filmes antigos apostavam suas fichas em uma cena de morte atrás da outra, até que o personagem que sobrevivesse derrotasse o Jason. Ao criar personagens mais desenvolvidos e tridimensionais, as cenas de morte seriam mais intensas. A matança sangrenta não seria apenas divertida, mas também triste.
Uma sequência? Um prequel? Outro reboot?
As produtoras já tentaram fazer um reboot, mas não foi lá aquelas coisas. Não queremos outra situação igual ao Homem-Aranha 3 e O Espetacular Homem-Aranha em nossas mãos, na qual a continuidade volta à estaca zero sempre que o time criativo dá uma bola fora.
O novo Predador de Shane Black não é um reboot, mas algo como uma continuação dos originais. A decisão de Black de dar continuidade à história é uma ótima maneira de lidar com o Jason. Black está contando com a mitologia já existente do filme ao invés de começar de novo, o que dá a ele diversos recursos para aproveitar (ao mesmo tempo que mantém a liberdade criativa de voltar às origens).
A Paramount deveria considerar uma abordagem parecida com isso. Ambas as franquias tinham partes da história que se divergiam, e começar do zero não resolve a questão. O maior desafio é descobrir como funciona exatamente o DNA do original.
Talvez a Paramount ter desistido do novo Sexta-Feira 13 tenha sido uma coisa boa, considerando a falta de direção do estúdio. Breck Eisner, o diretor que estava escalado para o reboot tinha algumas boas intenções, como pegar elementos de It Follows e adicionar algo de sobrenatural à história – mas não seria o Sexta-Feira 13 que precisamos agora.
Para descobrir como fazer a história que queremos, talvez as produtoras devessem fazer uma pausa, relaxar e jogar um videogame.
Texto original em Movie Pilot
Originalmente escrito por Dena Pech