O Nascimento do Mal é um terror lançado em 2023, dirigido e escrito pela Lori Evans Taylor, que é mais conhecida pelo trabalho como produtora, por exemplo, na série Lucky Dog, de 2013.
Na trama, um casal, Julie (Melissa Barrera, da franquia Pânico) e Daniel Rivers (Guy Burnet), se mudam para uma casa de interior e tentam recomeçar a vida após o trauma da perda do filho. A casa precisa de reformas e não demora para que Julie comece a ter visões de seu falecido filho. Ela está gestante novamente e em uma dessas visões, ela tropeça, se machuca, precisa ficar em repouso total até o nascimento do bebê, mas as visões só pioram, se intensificam e tanto ela quanto as pessoas à sua volta, desconfiam de sua sanidade.
Os últimos anos têm sido positivos para o gênero terror e 2023 não está sendo diferente, pois este parecia ser mais um bom filme aos fãs. A premissa é muito interessante, embora não seja original, mas que poderia ser melhor trabalhada, afinal, estamos falando sobre uma mãe com o trauma da perda de um filho, esperando outro e ainda tendo visões do falecido. Estamos falando de loucura ou de sobrenatural. Até existe essa dúvida em alguns momentos, mas o roteiro pouco discute isso – imagina essa ideia nas mãos de grandes realizadores do terror?
O terceiro ato também não deixa a desejar, pois o público presencia as respostas que queria o longa inteiro e a luta desesperada pela vida, sem contar o plot no final, que foi uma boa ideia.
Mas o problema é chegar neste desfecho. A diretora Lori Evans Taylor faz sua estreia na direção de longas e embora exista um esforço e respeito pela sua obra, sua direção e roteiro beiram ao amadorismo, com diálogos manjados, muitos clichês que o público já viu em filmes melhores e sem contar as péssimas atuações.
Exceto por Melissa Barrera, que se esforça na sua personagem e quem a viu em Pânico, sabe do seu potencial, mas nenhum outro ator ou atriz entrega um papel digno de nota. Guy Burnet, que interpreta o seu marido, por exemplo, não está bem e acaba tirando a tensão e o clima que o filme exigiam quando ele está em cena.
Mas a pior coisa mesmo em O Nascimento do Mal, é o excesso de jump scares, que são os sustos repentinos que a maioria dos filmes do gênero têm. Não há problema nenhum de os produtores usarem esse recurso e sendo bem utilizados, trabalham em favor da trama – na própria franquia Pânico eles são usados com muita inteligência – mas aqui temos muitos falsos scares, que não acrescentam em nada no resultado final e fica a impressão, sobretudo no segundo ato, que o roteiro estava mais preocupado com sustos gratuitos do que em contar a sua história de fato.
Há um momento em que Daniel instala câmeras de segurança pela casa e Julie pode ter acesso a elas pelo tablet. A cada olhada para o aparelho, o espectador sabe que virá um susto. Sem contar diversos momentos em que a câmera se fixa em uma porta ou janela, por exemplo, é falso susto na certa.
O Nascimento do Mal é um filme com boas intenções sim, com uma premissa interessante, com uma boa atriz como protagonista, mas que esbarra em recursos fáceis para tentar atrair os fãs do gênero, mas que dificilmente consegue. Longe de ser um filme ruim, nada impede que a diretora possa acertar em um novo trabalho.
Fica para a próxima.
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