O Homem do Norte é o novo filme dirigido, escrito e produzido por Robert Eggers (de A Bruxa e O Farol), se passa durante o período da Idade Média, onde os Vikings estavam em alta, sobretudo na Escandinávia, mais precisamente na Islândia.
Logo no início de projeção, o rei Aurvandil (Ethan Hawke) acabou de chegar da guerra, é recebido por seus empregados, por sua esposa, a rainha Gudrún (Nicole Kidman) e seu filho Amleth, que é treinado para ser o novo rei. Porém, não demora muito para que Fjölnir (Claes Bang), irmão de Aurvandil, arme uma emboscada para o seu irmão, assassinando-o e se tornando o novo rei.
Há uma passagem de tempo e Amleth, já um adulto e vivido pelo ator Alexander Skarsgard (que também é produtor), recebe um treinamento pesado de guerra, é treinado para lutar como um lobo (literalmente!) e planeja vingança, aceita viver como escravo, mas não esperava se apaixonar pela camponesa Olga (Anya Taylor-Joy, sempre ótima!) e que acaba se tornando aliada em seu plano de vingança.
Robert Eggers é dos melhores diretores da atualidade e embora ele goste de flertar com vários gêneros, seu estilo está mais alinhado ao terror e aqui não é diferente. É um blockbuster, com alto peso de produção e uma mistura de gêneros, pois a trama se confunde com um épico de ação, mas tem elementos de suspense, aventura, até de comédia, mas, claro, de terror.
Essa transição de gêneros pode ser vista nas várias linhas do roteiro e em várias situações, pois em um mesmo momento podemos ver uma cena espetacular de ação, mas também uma cena bizarra – no bom sentido – de puro sangue. Aliás, é importante avisar que este é um filme para adultos, pesado, com muito sangue, tortura, cenas viscerais e com até um pouco de nudez.
E essa mistura de gêneros também é um trunfo da excelente direção de fotografia de Jarin Blaschke (que também trabalhou em O Farol e A Bruxa), que por vezes é límpida e em outros momentos é sombria, suja e incômoda.
O estúdio do filme pode trabalhar em uma campanha para o Oscar em Fotografia, a Montagem com divisão de capítulos e em outras categorias.
O longa trabalha bem a filosofia Viking, os trejeitos e peculiaridades, mas sua trama de vingança e justiça poderia ser encaixada em qualquer canto do mundo, que, aliás, a trama de Amleth inspirou até Shakespeare com Hamlet – repararam na semelhança do nome?
O elenco também está muito afiado: com uma produção cara como essa, o filme não poderia desperdiçar o seu elenco e muitos atores veteranos só aparecem em cenas pontuais, praticamente em pontas como Willem Dafoe, a cantora Bjork e até mesmo Ethan Hawke no primeiro ato.
Mesmo atores com mais tempo de tela e com personagens de fato, como Nicole Kidman e a própria Anya Taylor-Joy, aparecem em momentos pontuais e não a toda hora. Só mesmo Alexander que aparece na maior parte das cenas, é o protagonista, é o “homem” do título e vemos a trama de acordo com seu ponto de vista, seja pela sua amada Olga como uma mulher idealizada, seu tio como o vilão inescrupuloso, ou a sua mãe como a mulher que caiu nas garras se seu algoz.
E por falar nessas personagens, Skarsgard tem uma química impressionante com Anya, o espectador acredita, torce pelos dois e a personagem Olga vai evoluindo conforme o filme avança e vai além do interesse amoroso. Já Nicole Kidman não tem uma participação longa, mas é muito eficiente. Sua rainha é complexa, pode parecer apenas “a esposa do rei” no início, mas vai além: é a mentora, o cérebro e o coração do reino. Seu contar que o plot twist envolvendo sua personagem, próximo do final, é arrepiante.
O Homem do Norte é uma grande obra de um grande diretor, funciona como registro histórico, como um terror de gêneros ou até um épico de ação. É violento sim, é incômodo, mas vai te prender, apesar do marketing estranho que o longa vem recebendo e da péssima decisão de estrear nos cinemas brasileiros uma semana após o arrasa-quarteirão Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. Vai entender.
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