Nostalgia: Os 25 Anos de Os Flintstones – O Filme

Em um passado não muito distante, a reclamação dos fãs de quadrinhos era que poucas adaptações para o cinema valiam a pena. As exceções, sempre citadas, eram o Superman de 1978 ou o Batman de 1989. Esta ainda é uma reclamação dos fãs de videogame e de fato poucas adaptações se salvam.

O que também é um problema para as adaptações de desenhos para o cinema. É difícil encontrar algum live action que valha a pena (tirando as adaptações recentes da Disney) e o motivo é praticamente o mesmo para todos os casos: não sabem se fazem algo mais infantil para as crianças ou algo mais adulto. E sempre erram no tom.

Ou o filme é bobo demais (Zé Colméia, Pica-Pau), a trama tem mais apelo com o público adulto (Speed Racer) ou a protagonista feminina está muito sexualizada (Scooby-Doo).

Os Flintstones é um pouco de cada coisa.

 O filme tem uma produção caprichada até hoje (Steven Spielberg foi um dos produtores), mesclando CGI com efeitos práticos, com destaque para a Direção de Arte, com quase todos os cenários feitos na raça, além de o filme ser um festival de fan service e os fãs do desenho vão se sentir representados em tela.

Mas o filme se esqueceu justamente de seu roteiro. Problemático ao extremo, o roteiro passou por cerca de 20 mãos diferentes (mesmo!) e não se decide: é adulto demais para as crianças ou tolo demais ao público maior.

A história sobre relações de trabalho, o chefe interesseiro de Fred, Barney e as lições de moral panfletárias são constrangedoras, além de a personagem da Halle Berry estar sexualizada ao extremo e ser apresentada aqui no filme com esta única função.

Mas o pior do filme nem é isso: Os Flintstones – O Filme, apresenta personagens unidimensionais e estereotipados ao extremo, como a sogra megera e o chefe é um personagem cheio de ódio e interesseiro.

Isso é um equívoco tão grande porque além de ser mal feito no filme, é um recado perigoso às crianças: nem todo rico é mal caráter e nem todo pobre é bem-intencionado.

Mas nada disso apaga a boa performance do sempre ótimo John Goodman como Fred Flintstone, de Rick Moranis como Fred e Elizabeth Perkins como Wilma, mas o mesmo não se pode dizer dos péssimos Kyle Maclachlan como o vilão Cliff, Halle Berry como sua secretária, Rosie O’Donnell como Betty (vencedora da Framboesa de Ouro pelo papel) e Elizabeth Taylor em seu último papel no cinema como a sogra de Fred (indicada à Framboesa de Ouro).

O filme ainda foi indicado a pior remake ou sequência, além de vencer o merecido prêmio de Pior Roteiro na Framboesa de Ouro.

Mas, apesar de tudo, Os Flintstones foi um sucesso de bilheteria, arrecadando 340 milhões nas bilheterias mundiais (custou 46 milhões) e tem os seus méritos, apesar de os problemas ficarem mais evidentes.

Porém, nada é tão ruim que não possa piorar: Os Flintstones em Viva Rock Vegas, continuação lançada em 2000, é um desastre do cinema e foi um fracasso de público, eliminando qualquer tipo de trilogia.

Éramos felizes e não sabíamos.


Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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