Após o sucesso de Batman Eternamente, em 1995, a Warner Bros queria levar a história do Cavaleiro das Trevas para a frente.
Depois da recepção fria de Batman – O Retorno, o estúdio viu que o foco era mesmo fazer um filme divertido onde o foco era vender brinquedos.
O diretor Joel Schumacher até queria fazer um filme sombrio e realista, inspirado nos filmes de Tim Burton, mas o estúdio bateu o pé para fazer um produto mais comercial. E então nasceu Batman e Robin.
O filme consegue piorar o que já era ruim em Batman Eternamente; trocou o intérprete do Homem-Morcego: Val Kilmer foi muito criticado no filme anterior então o estúdio chamou George Clooney, que estava em alta com a série Plantão Médico e filmes como Um Drink no Inferno e Um Dia Especial.
Chris O’Donnell retorna como Batman e além das limitações dele como ator, o roteiro ficou mais preocupado nas discussões e ego entre ele e o Batman e a trama de ambos vão do nada à lugar nenhum.
Para completar o time de heróis temos Alicia Silverstone como Batgirl, que aqui é a sobrinha do Alfred (!)
Para quem não conhece as HQs, Barbara/Batgirl é a filha do Comissário Gordon, mas que aqui mudaram completamente a origem da personagem. O problema nem foi tanto a mudança em si, mas com esse roteiro preguiçoso e a falta de empatia de Alicia no papel, o resultado foi pífio. Alicia praticamente só está aqui pelo seu sucesso em As Patricinhas de Beverly Hills, de 1995.
O cinema ainda está devendo uma Batgirl digna de nota.
Aliás, falando no Comissário Gordon, comparar este personagem vivido por Pat Hingle com a grande atuação de Gary Oldman na trilogia do Nolan chega a ser um insulto, aqui ele só é peso para o roteiro e só aparece para se “encantar” pela Hera Venenosa.
Na maioria dos filmes do Batman, o grande foco e desenvolvimento está nos vilões, certo? Não foi bem isso que aconteceu aqui: Mr. Freeze, vivido por Arnold Schwarzenegger tem uma das piores transformações de um vilão e precisa roubar os diamantes para salvar sua esposa, só sobrevive se o corpo estiver muito gelado e, para isso, sai congelando tudo mundo.
O roteiro faz questão de lembrar a cada momento do filme que o vilão quer congelar a cidade, tornando-o preguiçoso e óbvio demais, mas o pior ainda estava por vir: Mr. Freeze passa o filme todo fazendo piadas e trocadilhos com gelo. Aguentar tudo isso foi um exercício de sobrevivência.
A Hera Venenosa de Uma Thurman foi uma tentativa de fazer uma nova vilã sensual assim como Michelle Pfeiffer em Batman – O Retorno, mas foi um tiro pela culatra. Não bastasse o uniforme mal acabado, ela passa o filme inteiro falando o óbvio quando suas cenas deveriam ter sido ousadas ou até tensas, considerando que ela tenha veneno nos lábios. E o Bane, que deveria ser um vilão forte e calculista, aqui é o capanga da Hera que praticamente não tem cérebro.
Há um festival de cenas de situações constrangedoras em Batman e Robin que hoje em dia só servem para motivo de chacota, seja o uniforme com mamilos ou o “Bat-Cartão de Crédito”.
Engana-se quem acha que este é um filme para crianças, aliás, poderia ter sido melhor se fosse focado para o público infantil, mas logo no começo temos closes nas nádegas dos heróis, o uniforme da Batgirl está bem sexualizado e há várias piadas de duplo sentido.
O filme não sabia para qual caminho ia.
Batman e Robin quase afundou a carreira dos heróis no cinema, mas ainda bem que, anos depois, vieram filmes como Blade, X-Men e Homem-Aranha. Demoraram 8 anos para realizarem um novo filme do Batman e aí sim tivemos algo de qualidade com Batman Begins.
Qualquer lista de piores filmes de super-heróis da história ele está no meio e até hoje o diretor Joel Schumacher e o ator George Clooney pedem desculpas por este desastre.
O filme ainda foi presença no troféu Framboesa de Ouro no ano seguinte e afundou a carreira de Chris e Alicia.
Filmes assim servem de exemplo para que nunca mais sejam feitos.
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