No final dos anos 90, o estilo Buddy Cop, que consiste na comédia de ação com uma dupla principal estava em baixa.
Após o sucesso com Máquina Mortífera, Inferno Vermelho, Tango e Cash, entre outros, no final dos anos 80 e até o início dos anos 90, viu passar a década sem um grande exemplar do gênero. Mesmo Máquina Mortífera 4, também de 1998, não atingiu o sucesso esperado.
O cinema hollywoodiano precisava de algo novo, atores novos e pontos de vista novos. Talvez isso explique o sucesso inesperado de A Hora do Rush, que chegou aos cinemas no segundo semestre de 1998, longe do período concorrido do verão e foi uma das maiores bilheterias daquele ano, na frente de grandes promessas como Godzilla, Impacto Profundo, além do próprio Máquina Mortífera 4.
A Hora do Rush custou 33 milhões e faturou 244 milhões no mundo inteiro. Foi o primeiro filme ocidental do astro Jackie Chan e graças a esse filme ele fez outros blockbusters como Bater ou Correr e O Terno de Dois Bilhões de Dólares.
E também foi por conta do resultado de A Hora do Rush que o diretor Brett Ratner se tornou um diretor de nome, pelo bem ou pelo mal.
Pode-se criticar o filme, e há motivos para isso, mas não dá para negar o valor de entretenimento que ele tem e a ótima química entre Jackie Chan e Chris Tucker, que se acostumou a fazer sempre o mesmo tipo de papel: como o alívio cômico e falastrão. Isso foi algo insuportável em O Quinto Elemento em 1997, mas aqui funciona, embora escape uma ou outra piada xenofóbica contra seu novo colega oriental.
Na história, a filha de um embaixador chinês é sequestrada e o agente Lee – papel de Jackie Chan – é designado para o caso. Quem também entra na equipe é Carter, papel de Chris Tucker, policial das ruas, que não consegue trabalhar em equipe, mas terá que conviver com seu novo colega vindo do território chinês.
O filme consegue intercalar os momentos mais sérios com os alívios cômicos; por se tratar de uma história com um sequestro como pano de fundo, precisava de uma seriedade que o filme até consegue, pois o espectador sente o senso de urgência, os vilões estão sempre a um passo à frente da polícia e sim, são ameaçadores, sobretudo o personagem de Tom Wilkinson.
Mas o filme também tem vários alívios cômicos, principalmente com a interação entre Jackie e Tucker, o jogo de gato e rato, com algumas piadas prontas, algumas já esperadas e muitas improvisadas, como sugerem as cenas pós-créditos com os erros de gravação.
E o melhor mesmo em ver este filme, assim como as outras duas sequências, são as maravilhosas cenas de luta protagonizadas pelo sempre ótimo Jackie Chan, sem o uso de dublês, todo o malabarismo e a boa coreografia em cena, como visto em filmes como Mr. Nice Guy ou Quem Sou Eu, dirigido pelo próprio Jackie.
Não é à toa que hoje ele é essa figura respeitada e, porque não, um ator à frente do seu tempo, considerando a globalização entre EUA e China?
E o quarto filme pode vir aí.