Nas Terras Perdidas é mais uma aventura genérica com toques de George R. R. Martin | CRÍTICA

Nas Terras Perdidas é um filme lançado em 2025, dirigido, escrito e produzido por Paul W. S. Anderson (da franquia Resident Evil e do filme do Mortal Kombat de 1995) e seu roteiro também é escrito por Constantin Werner.

O longa é baseado em um conto de George R. R. Martin e, na trama, uma rainha contrata o trabalho da feiticeira Gray Alys (Milla Jovovich, também da franquia Resident Evil) para obter um poder mágico capaz de alterar a forma física dos objetos e das pessoas. Gray chama o mercenário Boyce (Dave Bautista) para ajudá-la na missão, enfrentando criaturas, o fanatismo religioso do reino, da comunidade local e, assim, chegar nas ditas Terras Perdidas para cumprir a missão.

Após vários filmes questionáveis de Resident Evil e olhando para a carreira de Anderson como um todo, as expectativas para Nas Terras Perdidas estava baixíssimo e, de fato, está longe de ser bom, mas há bons elementos presentes aqui, por exemplo, na química entre os protagonistas Milla e Dave (que também produzem o longa), que não são exatamente grandes atores, mas que funcionam juntos em tela.

E a trama tem um pano de fundo sobre intolerância religiosa, monarquia e até ditadura, que são assuntos relevantes, que nas mãos certas, poderiam ter rendido um produto interessante, aliás, o material original de George Martin provavelmente tem mais qualidades, assim como os livros de Game of Thrones, mas Anderson resolveu ir para o caminho mais confortável, entregando uma ação genérica, previsível e que parece com muita coisa que o público já viu por aí.

Praticamente nada foi criado, há um excesso de CGI, Chroma Key e até mesmo muitos personagens não são reais, em cenários descartáveis, que logo se tornarão datados, cenas de ação mal coreografadas e com muita câmera lenta de fazer inveja a Michael Bay com seus Transformers.

E embora os protagonistas convençam nos seus papéis – ao menos no que diz à ação – o mesmo não se pode dizer dos coadjuvantes, em especial os vilões.

Nenhum antagonista é bem aproveitado onde cada um tem o seu problema: a rainha (Amara Okereke) é mal explorada pelo roteiro, seu rival que quer o trono (Fraser James) tem o carisma de uma porta e a fanática religiosa (Arly Jover) é o clichê da vilã que quer dominar o mundo.

Tem um plot twist que pode surpreender em seu desfecho e que abre alas para uma possível continuação, que deve acontecer dependendo do sucesso ou não do seu sucesso comercial, mas considerando que o longa não foi bem nas bilheterias norte-americanas, o filme pode ser salvo pela bilheteria mundial – ou pelo streaming.

Nas Terras Perdidas é uma ação genérica, praticamente esquecível, mas que não deve ser descartada e quem sabe se torne cultuado para uma geração?

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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