Mega Drive: os 35 anos do maior sucesso da Sega

O Mega Drive, ou Sega Genesis, como é mais conhecido fora do Brasil, foi o terceiro console de mesa da SEGA e, de longe, o maior sucesso comercial.

A empresa, que já estava há anos na indústria de games, sobretudo com as máquinas de Arcade, lançou, no início dos anos 1980, seu primeiro console, o SG-1000, mas que foi um fracasso comercial. Em 1986, lançou o querido Master System para bater de frente do poderoso Nintendinho, que, mesmo dominando 90% do mercado, o console da SEGA teve muito reconhecimento pelo público e pelo mercado, principalmente no Brasil, que foi lançado oficialmente pela TECTOY.

E em 1988, a SEGA se apressou para lançar no Japão, o seu novo console, agora de 16 BITS e também para bater de frente do Nintendinho: o Mega Drive, com poucos jogos de início, como Altered Beast, mas era a grande promessa da empresa para os próximos anos.

Neste período, final de anos 1980 e início de 1990, a Nintendo dominava o mercado e detinha monopólio de parceria com as empresas Third Parties, sem contar suas franquias de sucesso, como Mario e Zelda, parecia impossível furar essa bolha.

Mas a SEGA estava com o seu plano de expansão de mercado, fazendo parceria com famosos como Michael Jackson, gerando o game Moonwalker, com o piloto Ayrton Senna e os games de corrida, além de parceria com empresas até então menores, como a EA.

Mas não era o suficiente, a SEGA precisava de um mascote para bater de frente com o Mario. A empresa já tinha o Alex Kidd, que teve o seu sucesso, mas nunca chegou ao carisma do mascote da Nintendo. Foi preciso criar um herói simpático, carismático, atrativo e atingisse o público alvo. Assim nasceu o Sonic.

Em 1991, era lançado para Mega Drive, o game Sonic The Hedgehog, com um trabalho pesado de marketing e muitos consoles dali em diante, eram vendidos junto com o jogo. O game foi um sucesso de público e crítica, seja pela gameplay, rapidez, trilha sonora e qualidade do jogo. O Sonic conseguiu atingir o público que só tinha Mario como referência e seria só o início de uma das maiores rivalidades do mundo dos games.

No ano seguinte, em 1992, era lançado Sonic The Hedgehog 2, com um trabalho ainda maior de marketing, também era vendido junto com muitos consoles e como não lembrar de propagandas da época como ‘Genesis Does’. O resultado foi um jogo ainda melhor do que o anterior, caiu no gosto popular e foi a primeira aparição do igualmente carismático Tails.

Neste período, a partir do lançamento de Sonic 2, até o final de 1994, a SEGA conseguiu um equilíbrio no mercado, as vendas do Mega Drive dispararam e em muitos mercados, como o Brasil, suas vendas foram maiores do que o rival, Super Nintendo. E mais do que isso, as empresas de videogame começaram a licenciar seus jogos também para a SEGA, não era incomum ver um mesmo game para as duas plataformas, a empresa era uma nova gigante da indústria e parecia que nada iria parar a SEGA.

O brasileiro foi muito favorecido porque o console era lançado pela TECTOY por aqui, muitos jogos vinham com manual e houve casos de jogos produzidos no Brasil com o aval da SEGA, como Férias Frustradas do Pica-Pau e Turma da Mônica na Terra dos Monstros, que é uma versão de Wonder Boy.

Sem contar que a SEGA deixava claro que seu público era maior, em detrimento à Nintendo, que fazia “coisa para criança”, mas esse momento mágico da empresa não durou muito tempo.

A SEGA queria expandir suas propriedades com o lançamento do portátil Game Gear, para bater de frente com o fenômeno Game Boy, sem contar que teve a ideia de colocar outros consoles periféricos dentro do próprio Mega Drive, como o Sega CD e o 32X. Nenhum destes dispositivos chegou a ter as vendas esperadas e deram muito prejuízo.

Não bastasse isso, a SEGA se apressou para lançar o seu console para a nova geração de 32 BITS, o Sega Saturn, que tem suas qualidades, mas com diversas decisões equivocadas da empresa, e o megassucesso do Playstation 1, fizeram do Saturno um fracasso comercial.

Anos depois, com dívidas incalculáveis, a Sega lançou seu último console, o Dreamcast, que é um bom console, mas não teve forças para competir contra o grande Playstation 2 e a Sega hoje em dia parou com a produção de consoles, focando no lançamento dos games.

Mas o Mega Drive sempre será lembrado com muito carinho e nostalgia pelo público, foi o primeiro console de milhões de pessoas, fez muitos se apaixonarem pela indústria de games, gerou franquias muito queridas como o próprio Sonic, a trilogia Streets of Rage (0 2º jogo é dos melhores do console), Phantasy Star, Golden Axe, games da Disney, de luta como de Street Fighter, Mortal Kombat, entre outros.

Sem contar que, no Brasil, o Mega Drive teve uma vida longa e até os dias de hoje não é incomum ver um console nas lojas, com coletâneas de vários jogos, acessórios, edições especiais como do Show do Milhão e como não lembrar da MEGANET, que permitia jogar online em pleno anos 1990.

No final das contas, o Mega Drive vendeu mais de 30 milhões de cópias ao redor do mundo, sendo dessas, 3 só no Brasil. Acabou sendo derrotado por seu rival, o incrível Super Nintendo, que ganhou espaço no país a partir de 1993, quando foi autorizado para ser vendido de forma oficial. Sem contar que o SNES teve sobrevida nos anos depois, sobretudo com o sucesso colossal da trilogia Donkey Kong Country (3 jogos que não envelheceram nada hoje em dia).

Para nós, como amantes de videogame, fica a saudade da SEGA como gigante da indústria. E como seres humanos, fica a lição sobre economia, de que a vida acontece por etapas, não se deve dar um passo maior do que a perna e a ganância (sim, a Sega foi gananciosa em muitos momentos), só destrói a vida da pessoa e de todos à volta.

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Nerd: Raphael Brito

Não importa se o filme, série, game, livro e hq são clássicos ou lançamentos, o que importa é apreciá-los. Todas as formas de cultura são válidas e um eterno apaixonado pela cultura pop.

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