Lilo & Stitch respeita o original e entrega ohana de verdade | CRÍTICA

Após 23 anos desde sua estreia nos cinemas em 2002 — quando arrecadou mais de 273 milhões de dólares e virou um sucesso cult no mercado de DVDs — Lilo & Stitch retorna agora em versão live-action. E por mais que o medo de ver mais um clássico da infância sendo esvaziado pela Disney estivesse presente, o resultado surpreende. Lilo & Stitch live-action chega carregado de nostalgia, mas consegue capturar o espírito do original com respeito, leveza e coração.

A nova adaptação repete a base da animação: a improvável amizade entre Lilo, uma garotinha havaiana rebelde e criativa, e Stitch, o experimento alienígena 626, que se disfarça de cachorro enquanto foge da Federação Galáctica Unida. A relação que nasce entre os dois transcende o caos e leva Stitch a descobrir o verdadeiro significado de ohana: família. Ao redor deles, a história também gira em torno de Nani, irmã mais velha de Lilo, que luta para manter sua guarda após a morte dos pais, e da assistente social que observa cada passo das duas.

Lilo & Stitch: Uma franquia com história

Desde seu lançamento, Lilo & Stitch teve vida longa. Foram três filmes lançados direto em home video, uma série animada — amada aqui no Brasil na época da TV Globinho — e até uma versão em anime. Não era fácil transformar tudo isso em algo novo, atual e ainda fiel. Mas, surpreendentemente, o Lilo & Stitch live-action consegue fazer isso com dignidade. Ele homenageia, mas também caminha com as próprias pernas. A fórmula é conhecida, mas aqui ela vem com autenticidade, o que falta em muitos remakes da Disney.

O elenco é bem escalado, mesmo que nem todos os atores se pareçam com suas versões animadas. Maia Kealoha, no entanto, brilha como Lilo. Ela é espirituosa, debochada e vulnerável, tudo com uma naturalidade que impressiona. A química com Sydney Agudong, que vive Nani, é forte e dá mais profundidade à relação das irmãs, com um roteiro que valoriza o drama silencioso da vida real — algo raro em produções para famílias.

E Stitch? Ele volta com tudo. O CGI é competente — funcional, sem exageros — e traz muita expressividade, o que é essencial para um personagem que comunica mais com gestos e ruídos do que com palavras. Chris Sanders retorna na voz original, e na dublagem brasileira, Márcio Simões mais uma vez dá um show. Sua performance continua sendo uma das mais carismáticas da dublagem nacional.

Lilo & Stitch

Com o foco emocional bem posicionado, o visual da produção acerta ao manter o espírito da ilha havaiana. A ambientação é ensolarada, terrosa, com a natureza ocupando um lugar central. Jumba e Pleakley, interpretados por Zach Galifianakis e Billy Magnussen, mantêm o alívio cômico funcionando, e com boas adições de humor físico e irreverência — que combinam perfeitamente com o clima do filme.

Conclusão

Lilo & Stitch live-action é um daqueles raros remakes que não parece feito no piloto automático. Ele respeita o material original, ainda que faça escolhas que talvez dividam os fãs mais puristas. No fim das contas, é um filme que entende seu propósito: emocionar, acolher, fazer sorrir — tudo isso sem precisar gritar nostalgia a cada cena.

Funciona como aquele prato afetivo de infância: simples, reconfortante, e feito pra ser compartilhado com quem a gente ama. Ideal para um domingo à tarde com a família reunida — ou pra reassistir sozinho e lembrar o quanto ohana ainda significa tudo.

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Nerd: Marina Bueno

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