Lilo & Stitch é uma animação da Disney lançada no verão de 2002, ainda no formato 2D, embora já nesta época o estúdio estivesse migrando para o 3D. Fez muito sucesso, custou 80 milhões e faturou mais de 270 nas bilheterias mundiais. No Brasil, estreou no final de junho daquele ano, tirou o 1º lugar de Homem-Aranha, pegou o hype das férias de julho e acabou tendo mais público do que Star Wars 2 – Ataque dos Clones em terras brasileiras e fez parte da vida de muitos.
O filme é dirigido pela dupla Dean DeBlois e Chris Sanders, que foram responsáveis por Como Treinar Seu Dragão anos depois e na história, temos Stitch, um alienígena, fruto de uma experiência, programado para destruir e muito perigoso, acaba caindo no Planeta Terra, sendo perseguido por aqueles que o criaram.
Paralelamente a isso temos a menina Lilo (que na versão original é dublada pela atriz Daveigh Chase, a Samara de O Chamado), uma garota havaiana, que vive com sua irmã Nani, que por sua vez, também faz o papel de figura materna, mas a guarda de sua irmã é ameaçada por um agente que vive em sua cola (e na versão original é dublado pelo Ving Rhames, o Marcellus Wallace de Pulp Fiction), justamente porque a Nani está desempregada e não está dando conta de tudo sozinha.
As duas decidem adotar um cachorro e começam a criar Stitch e embora as coisas não sejam boas no começo, já que o nosso pequeno Alien destrói tudo o que vem pela frente (e custando um emprego de Nani na praia), ele é criado por Lilo como se fosse da família a começa a relação entre esses seres diferentes.
O filme usa bem os recursos em 2D, que não envelheceu nada e permanece de encher os olhos, seja pelo uso de cores quentes, um ambiente solar do Havaí, os números musicais com coreografias excelentes, os traços dos personagens ou até a ação, que se sai melhor do que muita coisa do gênero.
E o longa não envelheceu nada também pelo seu roteiro, envolvente e com muitas camadas, em especial pelas metáforas de um ser diferente, temido, mas que é enxergado pela sua dona como seu filho e com muito carinho.
Mas o tema mais presente em Lilo & Stitch é o da família: colocar uma irmã mais velha fazendo o papel de pai e mãe foi um acerto para que muitos se identifiquem e para que o público torça para a personagem Nani e sua relação com sua irmã mais nova. No longa, vemos o seu esforço para fazer o melhor, para dar a melhor vida possível à Lilo, mas que é impedida pelas limitações da vida. Isso pode ser entendido para oportunidades de trabalho para as mulheres, preconceito da sociedade ou até a meritocracia, já que por mais que Nani se esforce, não é reconhecida na maior parte do tempo.
E como a animação já nos ensinou há duas décadas, Aloha quer dizer família e um lar não precisa ser composto pela chamada “família tradicional”, com pai, mãe e filhos, mas tem que ser aquele lugar em que exista amor e respeito.
Isso sem contar a química entre Lilo & Stitch, que são tão diferentes no início, mas que se tornam os melhores amigos, têm uma relação quase materna e vamos acompanhando a evolução do carinho e do laço entre os dois.
Tudo isso embalado pela maravilhosa trilha de Alan Silvestri (compositor da trilogia De Volta Para o Futuro, Forrest Gump, Vingadores, entre outros), que traz muito da sua assinatura, com o toque e magia Disney, mas com o charme havaiano que acompanhamos em tela.
Lilo & Stitch é uma obra maravilhosa, uma animação única da Disney, faz parte da vida de muitos, leva um bom exemplo ao coração do espectador e envelheceu bem em todos os sentidos.
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