Esperei, esperei e esperei o ano inteiro por esse filme. Acabei de sair do cinema feliz por toda essa espera não ter sido em vão! Tá tudo lindo, tá tudo bem feito, tá tudo emocionante.
Ok, admito que essa primeira parte é parada. Mas é essencial. No livro também é assim, senão pior. Mas não achei nenhuma parte desnecessária, como um artifício apenas para dividir o filme em duas partes. Era necessário passar toda aquela angústia, aquela espera, aquele sentimento de impotência de Katniss – e conseguiram.
Após enfrentar duas edições dos Jogos Vorazes e sair com vida – mas sem parte de seus aliados e amigos, incluindo Peeta – em um plano para reunir forças para o ataque contra a Capital, Katniss Everdeen é levada para o Distrito 13, que todos achavam estar inoperante. Mas no subterrâneo vive o coração de todo um esquema revolucionário contra o Presidente Snow e sua ditadura de terror. Agora, os jogos não se resumem mais a uma arena: são jogos políticos, que envolvem a vida de milhares de pessoas de todos os distritos.
Os rebeldes precisam de um símbolo, e ninguém melhor do que Katniss – a vencedora dos jogos e a faísca da revolução – para ser o Tordo, a chama que incendiará o coração de cada pessoa em cada distrito para que se unam contra a Capital. Indecisa, emocionalmente abalada e com um terrível sentimento de culpa por terem deixado Peeta para trás para salvá-la, Catnip se fecha em seu sofrimento e se recusa a ser o Tordo, até ver que essa posição lhe dará poder para exigir que Peeta e os outros Vitoriosos sejam resgatados.
Enquanto isso, na Capital, Peeta Mellark (o lindo garoto com o pão) é usado com o mesmo propósito – ser o rosto e a voz de um pedido de cessar-fogo. Katniss fica aliviada em saber que ele está vivo, mas não a maioria das pessoas, que passam a vê-lo como um traidor por seus pronunciamentos pela TV da Capital.
Katniss não é uma chama que pode se manter viva em uma redoma, controlada e manipulada. Sua força e glória somente se mostram quando ela está lutando e se colocando em uma posição de risco para proteger aqueles que ama. Só assim ela poderá ser a motivação de um povo que está cansado de sofrer, mas está amedrontado e acuado demais para lutar.
A Esperança – Parte 1 nos introduz ao lado quase estritamente político de toda a história. Toda a “propaganda”, todos os esquemas e manipulações que acontecem em todos os lados de uma guerra. Adoro a forma como os filmes completam o livro, nos levando além da visão de Katniss e nos mostrando a perspectiva dos líderes (tanto do Presidente Snow quanto da Alma Coin), dos cidadãos e rebeldes, além de nos situar com os cenários perfeitos e a gravidade dos ataques da Capital aos distritos.
Adorei. Foi um filme forte, emocionante e que soube balancear bem o que deveria ser incluído e/ou melhorado na adaptação do livro para as telonas. Minha única reclamação é sobre a relação de Katniss com os outros personagens, como sua irmã, Gale e Finnick, por exemplo. Não foram tão aprofundadas como no livro, mas entendo a falta de tempo e que a insinuação já é o suficiente para os efeitos desejados. E talvez ressaltem a tensão entre Katniss e Gale no próximo filme.
E claro, a maior decepção de todas, tanto no livro quanto no filme: temos pouco Peeta. Hahahahah! Mas o pouco que temos basta para uma experiência de nos deixar sem ar! IfyouknowwhatImean.
Agora vamos lá, mais um longo ano de espera até finalmente chegarmos à parte onde o bicho pega! Sensíveis como eu, já vão preparando o estoque de lencinhos para fortes emoções em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 2.