Como já estamos em quarentena há um certo tempo, eu resolvi falar de uma série cheia de humor, leveza e drama! Jane The Virgin (Jane, a Virgem) conta a história de uma jovem de 23 anos muito católica que foi acidentalmente inseminada artificialmente. É isso mesmo!
A série já começa com a Dra Luisa causando o incidente e com a dúvida de Jane se deve ou não ter o bebê. Eu sei, o começo é meio bobo. Eu tive um certo preconceito no início também mas achei a ideia de um narrador, em terceira pessoa, onisciente, simplesmente irresistível. Ele rouba totalmente a cena com os seus engraçados e inusitados comentários. Me ganhou em poucos minutos e resolvi ficar.
Vamos mergulhar direto na história
Jane Villanueva (Gina Rodriguez) é uma jovem latina que está terminando a faculdade e sonha em ser escritora. Ela trabalha no hotel Marbella, namora o detetive Michael (Brett Dier) e mora com a mãe e a avó. Jane é inteligente, decidida e independente. Em uma consulta de rotina, sua ginecologista vira a sua vida do avesso.
A Dra. Luisa Alver (Yara Martinez) troca os prontuários e acaba inseminando artificialmente Jane, ao invés de inseminar a sua cunhada Petra Solano (Yael Grobglas). O futuro pai do bebê Rafael Solano (Justin Baldoni) além de irmão da Dra. Luisa é também patrão da Jane no Marbella. Ou seja, toda a confusão transforma Jane em uma virgem grávida do seu chefe. Jane acaba decidindo ter seu bebê e dá a ele o nome de Mateo Gloriano.
Depois disso, uma sucessão de outras coisas improváveis e engraçadas acontece. Começa uma caçada ao criminoso Sin Rostro (um traficante de alto perfil que parece estar baseado no Marbella) e uma intensa paixão entre Rafael e Jane. A série tem tudo. Reviravoltas, assassinatos, triângulos amorosos, confusões com irmãos gêmeos, golpe, traições, e etc. É muita informação ao mesmo tempo, mas as tramas são bem construídas e bem amarradas.
Para quem gosta de telenovelas famosas como “A Usurpadora” e “Maria do Bairro” e outros romances exagerados com muito drama, Jane é indispensável. A série brinca um pouco com a estrutura e os clichês das telenovelas e veio para mostrar uma versão desse tipo de história com mais comédia, porém mantendo as surpresas e os suspenses.
Mas o que tem nesta série que vale o seu tempo?
Boas interpretações
A personagem principal é interpretada por Gina Rodriguez de uma maneira brilhante. Não por acaso ela venceu o Globo de Ouro em 2015 por sua atuação. O restante do elenco também não deixa a desejar. Yael Grobglas está muito bem fazendo as gêmeas Petra Solano e Anezka. Petra inclusive é a personagem que tem a maior transformação em sua personalidade ao longo das temporadas.
Jaime Camil é outro grande destaque da série na interpretação do carismático Rogelio De La Vega, uma das personagens mais engraçadas.
Rogelio é o pai sumido de Jane, um ator de telenovelas. Dono de um coração e um ego enorme, “Ro” vive muitas idas e vindas com Xiomara Villanueva (Andrea Navedo), a “Xo”. Ele e a mãe extrovertida de Jane tem uma história mal resolvida que eles vão passando a limpo durante as temporadas da série.
Dramas familiares e conflitos internos
As relações familiares têm um papel central na trama. A sólida relação de cumplicidade entre Jane, Xiomara e Alba Villanueva (Ivonne Coll) é um dos pilares mais fortes dessa série. Essas três mulheres têm estilos de vida e personalidades completamente diferentes mas mantém um tipo de solidariedade familiar impressionante. Elas discordam e discutem, mas nunca deixam de se apoiar mutuamente.
Durante as temporadas as personagens vão evoluindo e repensando suas carreiras, superando dificuldades financeiras, processos de luto, enfrentam desafios na criação dos filhos e muitos outros conflitos internos que todos nós passamos ou passaremos em algum momento de nossas vidas.
Representatividade da comunidade latina
Através de Jane, Xiomara e Alba, o espectador conhece realidade de muitas famílias latinas nos EUA. A série traz um destaque para a situação dos latinos que vivem ilegalmente nos EUA quando Alba faz a prova para conseguir a cidadania e discute a forma como os ilegais são tratados. A série também ajuda a desmistificar muitos clichés da cultura latina.
Pontos a melhorar
As personagens evoluem ao longo da série e isso fica bem claro ao logo da narrativa. Minha crítica fica para a construção da própria Jane no ínicio da série que erra muito pouco nas primeiras temporadas. Essa perfeição da personagem não encaixa bem na quebra de clichês do resto da história. Nas temporadas finais a personagem evolui e começa a alguns cometer erros o que melhora a série.
Onde assistir
A série começou em 2015 e terminou em 2019. Foi transmitida originalmente pelo canal CW e está disponível na Netflix até a sua quarta temporada. A quinta e última temporada vai estar disponível a partir de setembro deste ano na plataforma.